
Perfumes Traiçoeiros
Data 19/12/2025 02:17:56 | Tópico: Poemas
| Carrego no peito o peso do erro, um ferro em brasas, lento e ardente; cada desejo que busquei tão ligeiro volta agora em forma de penitente.
Fui sombra fugindo da própria luz, fui peregrino de abismos vazios; abandonei o amor que me conduzia por miragens feitas de ventos frios.
Oh, ilusões que me tomaram a alma, promessas de gozos tão passageiros! Dei meu sangue a beijos que nada eram, perdi-me em jardins de perfumes traiçoeiros.
E hoje retorno ao silêncio do quarto, onde meu coração ainda me acusa; ele murmura que o preço da fuga é sempre a dor que a culpa não recusa.
Assim me escrevo, verso após verso, lavando o peito em lágrimas quentes; que meu perdão nasça desta confissão, Onde escrevo a dor nos pulsos permanentes.
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