ALDEIA INTERIOR (soneto)

Data 26/12/2025 11:47:20 | Tópico: Poemas

Não ouço mais o galo da madrugada,
Nem carroça com seu gemido surdo.
Bairro antigo virou um baú do absurdo,
Fotografia velha e desbotada.

A avó bordava a tarde colorida,
Cada quintal as cores eram asas.
Onde o fio invisível tece casas
de saudade em grande tela estendida.

Rio de lembranças segue calado,
E nadam peixes feitos de ilusão.
Na praça, cuja fonte já secou.

E eu, apenas sou herdeiro desse passado,
Sinto o cheiro da sopa que ficou
E a chave da perdida habitação.


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