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 bola de cristalData 22/05/2008 22:23:57 | Tópico: Poemas
 
 |  | a jornada anunciada em nave etérea no alvorecer límpido da alma,
 sem névoa
 sem mácula ou neblina sequer
 
 [longa a espera e o aceno do lenço, se o linho é riço
 e a mão magoa …]
 
 num bordar certezas em pano-cru
 teço a urgência de hastear velas latinas
 de sucumbir viva ao fogo-fátuo do beijo
 ... do teu beijo.
 
 olho o Cosmos em minha bola de cristal
 e vejo-te, mão divina e arquitecta,
 em tímida ousadia de soltar corpetes e atilhos
 de amaciar o gelo plasmado em meus olhos
 num sopro quente d'aragem hipersónica.
 
 vejo-te
 a escalar colinas de meu corpo
 num dedilhar de liras e de harpas
 - passes de mágica de dedos delicados
 desfolhando madrigais de  gestos e de verbos
 sob transparências purpurinas de luar.
 
 lá fora a lua
 aqui a levitação de corpos
 em agitação de pusilanimidade prosaica…
 
 inscrito em constelação primitiva de estrelas
 o anseio de ser
 em ti aura, brisa suave,
 perfumo sândalo de mulher
 e fio
 de água
 a escorrer-se livre em correnteza trajecta
 da tua boca ao epicentro da terra
 
 estrela d’alva
 madrugada
 luz acesa no teu peito… e nada mais.
 
 
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