COTIDIANO

Data 03/06/2008 23:09:44 | Tópico: Poemas

corre brisa fresca no amâgo da vida
recuando o calor infernal que incendeia a existência

soa buzina de um carro a engarrafar o destino
congestinado de desejos

rompe fumaça devastadora de uma fabrica
que polui e mata todos em tom de progresso

grita um desempregado no meio da multidão mecanica
num ato de desespero - ninguém o ouve - é a vida?

um ranger brusco de uma frenagem ecoa e a espanta
a plebe mecanizada - para - é a vida?

cotidiano continua nos esmagando aos poucos
e nós nem percebemos, e continuamos em frente..

Desterro, 1960/ Vila Embratel, 2008


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