CEMITÉRIO DOS DEUSES

Data 23/07/2008 14:47:20 | Tópico: Sonetos

A RAIMUNDO STURARO


Sou o coração que definhou à sombra da árvore.
Que quedou os sentimentos nos lamentos;
E de sonhos d'amor se desferiu tormentos.
Sou o chão onde a grama é feita de mármore!

Descanso meu corpo num frio e seco lago.
Diante dum altar de flores silvestres.
Sinto a gélida saudade em meio às vestes,
Que recobrem meu sorriso há muito exorcizado.

Não temo mais os homens nem as amarguras!
Não caminho na chama da hereditariedade;
Apenas, calma, deslizo aqui minh'alma...

Que beija todo instante a placidez da palma,
Vou cometendo meus carinhos incessantes
Apenas nas lembranças das tuas desventuras!


(Ledalge, CEMITÉRIO DOS DEUSES)


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=45338