
CEMITÉRIO DOS DEUSES
Data 23/07/2008 14:47:20 | Tópico: Sonetos
| A RAIMUNDO STURARO
Sou o coração que definhou à sombra da árvore. Que quedou os sentimentos nos lamentos; E de sonhos d'amor se desferiu tormentos. Sou o chão onde a grama é feita de mármore!
Descanso meu corpo num frio e seco lago. Diante dum altar de flores silvestres. Sinto a gélida saudade em meio às vestes, Que recobrem meu sorriso há muito exorcizado.
Não temo mais os homens nem as amarguras! Não caminho na chama da hereditariedade; Apenas, calma, deslizo aqui minh'alma...
Que beija todo instante a placidez da palma, Vou cometendo meus carinhos incessantes Apenas nas lembranças das tuas desventuras!
(Ledalge, CEMITÉRIO DOS DEUSES)
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