
O inconsolável distímico
Data 01/08/2008 13:37:10 | Tópico: Poemas -> Góticos
| Estigmas cruzaram limites de fé santificada Olhando pela mesma janela, Para retificar este caminho,para lavar com sangue o abrigo, E devorar as entranhas de mártir único,purificando almas.
Encontrei o ideal de paraíso ao lado dela E recomeçaria mesmo doente, feliz, Mas a tragédia, ah esta invencível e sagaz criatura ferida,triunfante, Carregou a felicidade tombada em fragilidade mórbida,bastarda, Tirando de nós dois o fruto de cumplicidade extrema.
Carregarei todo fardo,machucado em abandono desleixado, Protegendo a dádiva restante em lembranças constantes, Despeço-me livre de nostalgia desiludida e dias de descanso, No mal recrudescente que vigia,toda razão perdida, Na trilha de desalento nenhum motivo é pequeno ou insuficiente Quando revolve o que deveria estar longe e bem enterrado, Despontando em ocasos de enternecidas paixões.
Alguém a cobriu com um lençol branco de estrelas nubladas, porque não posso ver além dessa manchas ao redor de seus olhos lindos, Em afeto perdido para a posteridade ela recitou meu cântico preferido, E contou sobre a vontade de viver que fugia de seus anseios, Enquanto sangue escorria de seus lábios tão doces tudo parece fazer sentido agora, Nunca houve uma chance para nenhum de nós,réprobos e distímicos.
O arlequim obsessivo brinca comigo, Golpea minha mente e me torna cativo por horas de mãos lavadas e questionamentos dúbios, Eu clamo por qualquer um,alguém que possa ajudar, Imploro para o vazio e a resposta é óbvia, Volto para a casa que desaba apodrecida sobre meu quarto úmido, As peredes ornamentadas com fungos e miasmas herdados de outros lutos.
Enfureço as infecções adormecidas supondo que a morte também me levaria, Anjos defomados riem na visita noturna que remédios controlados não detém, Eles recordam-se daquela criança espancada e toda humilhação despida e machucada, De grandes cicatrizes cruzando braços e ossos como números, De prostitutas eslavas morrendo seminuas desamparadas.
A dor começa em minhas mãos espalhando se rápido, Para que o tempo estoure na areia espalhada, Eu veja o início no espelho e desperto no fim,sem querer, para sonâmbulo retornar ao meu leito e prosseguir, Acalentando o sonho de partir para sempre junto com ela.
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