Nova Retórica para Rafeiros

Data 14/09/2008 12:30:22 | Tópico: Poemas


Um homem,de silhueta amarelada
fulgura pelos candeeiros públicos
da rua deserta,olha para o alto.

Do cimo há uma janela escura aberta
perscrutadora da rua e da silhueta
amarelada dos candeeiros públicos.

A figura aurinegra sobe a fachada
do edifício (não sabemos se o seu),
rumo à penumbra questionante,
e já no interior da janela,

senta-se do lado de fora
do parapeito a perscrutar a lua

depois grita como quem pergunta.

De seguida desce as escadas a correr
sem se segurar ao corrimão ou às paredes
com pressa de sair à rua
da iluminação pública
de amarelo esbatido,
para ouvir a sua saudade.

Estranho o latido do rafeiro
que passava naquele momento,
como que a censura do coração
à mnemónica dos ecos.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=52698