 
  
    	Cidade das luzes
    	Data 08/11/2008 22:31:36 | Tópico: Poemas
 
  |  A rapaziada comprou um bilhete Só de ida para a cidade das luzes. Lá me convenceram a partir Sem saber bem para onde ir, Só com o bilhete na mão.
  Chegámos ao inferno ainda antes Do sol começar a descer. Estava um calor dos diabos E o bilhete já tinha partido.
  Deixem-me dizer o que por lá vi. Havia homens e mulheres E crianças também, Velhos não vi, mas também Estava muito calor para eles.
  Muita gente encostada à parede Pela avenida fora, A rapaziada andava doida E o sol já se ia embora.
  Estava capaz de jurar que vi Satanás Lá no meio daquela gente, Massificada e petrificada Pelos ímanes não magnéticos Da parede da única avenida.
  Estava capaz de jurar que vi o Diabo, A fumar Português Suave, A provocar a rapaziada a partir Da parede não magnética que atraía tudo.
  Cinto largo a cair pela cintura, Cornos bem escondidos no cabelo, Roupa saída de uma pintura, Piada subtil para quebrar o gelo.
  Estava capaz de jurar que vi um ser Diabólico, talvez feminino, A devorar cigarros, a devorar a parede Magnética a que todos se agarram, Na cidade das luzes que só tem bilhete de ida.
 
 
  8 de Novembro de 2008
 
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