O CALOR DA FOGUEIRA
Cai a neve de mansinho Produzindo branca teia, A cobrir da cor do linho As casas da minha aldeia.
Como sendo seu costume A velhinha cá da Beira, Vai à lenha, acende o lume, Faz vibrar uma fogueira.
Depois vai saboreando O calor zeloso e terno, Lá fora o vento uivando Mede forças com o Inverno.
Como ela fica contente À volta desta braseira, Cortejada docemente Por tão nobre companheira.
Se os netinhos lá estão Ainda sente mais alegria, Palpita-lhe o coração No passar de cada dia.
Oh que bom ter o conforto Debaixo deste telhado, Onde o ramo mesmo torto Nos dá fogo redobrado.
Brilha a brasa na lareira Sempre, sempre a crepitar, Louvada seja a fogueira Que aquece o nosso lar.
RAMA LYON
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