reflexão sobre o pecado

Data 10/12/2008 19:09:36 | Tópico: Crónicas

É redundante dizer que o pecado mora ao lado. O pecado não existe enquanto contextualização da mente, o pecado a existir existe no acto mais vil. Porque o pecado que nos pregam os padres do alto do seu púlpito em verborreias bíblicas mal interpretadas, ou interpretadas como lhes dá jeito, isso não é pecado. Amar uma mulher a legitima ou não, isso é pecado? Uma mulher que se afoga em paixão clandestina, isso é pecado? O(a) adolescente que se toca num prazer solitário, isso é pecado? A criança que rouba uma peça de fruta, isso é pecado? O(a) poeta que escreve de amores socialmente censuráveis, isso é pecado? Dar uma queca com preservativo, isso é pecado? (bem, aqui tenho que concordar que é melhor sem, o papa lá sabe) Será que o pecado é assim tão banal que leve alguém a censurar outro por dá cá aquela palha? A banalização do pecado está na interpretação lata que os querubins de cu redondo e faces mimosas lhe dão. O pecado está na hipocrisia desses pseudo anjos de trazer por casa com que tropeçamos todos os dias, lestos a fazer a genuflexão á passagem de uma capela ignorando o sem abrigo que lhe aproveita o largo telhado. O pecado está na intolerância de quem lê e não respeita a opinião alheia, ou sequer a sua intimidade na devassa que tenta fazer em interpretações erróneas do que leu. O pecado está no abade que come bacalhau em dia de sexta-feira santa porque nesse dia é “pecado” comer carne, e depois despeja diarreias dialécticas a um povo que só sabe agarrar-se ao terço e encetar caminho para Fátima, como quem vai o hipermercado em dia de romaria de domingueiros. E andar a pedir por casebres de aldeia para as obras da igreja?
O pecado está em ceifar vidas em nome de uma religião, de uma qualquer Jihad islâmica, mas desenganem-se os católicos. Eles só estão 600 anos atrasados em relação aos cristãos, porque há 600 anos atrás era o Papa que ordenava as matanças em nome da fé cristã. Nisso o pseudo Hitler que lá está é mais camuflado. Na sanha que desencadeou enquanto dirigia o santo ofício condenou muita gente ao silêncio, cujo único pecado foi discordar… Não importa o quê, discordou. E eu pergunto, não será este o verdadeiro pecado? Não serão estes os actos vis que falo no princípio do texto? Será que este Senhor tem lá o lugar garantido á direita do Pai? Será que aqueles que passam a vida a entoar loas (que rimam ou não!) e desatam a criticar uma opinião contrária ou até um modo de vida contrário é que atingirão a paz celestial? Mas não terá esta gente de ter a mesma paciência comigo que eu tenho de os ver a mostrar o mimoso cu á medida que se agacham nessas genuflexões ridículas?



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