Erupção alienada

Data 11/12/2008 02:06:32 | Tópico: Poemas

Hoje não sou uma mulher,
sou um vulcão, sinto a explosão
que me sai da mente
sou uma erupção alienada
por ver gente tão premente.

Estou cega, sinto-me
efervescente
não me apareçam à frente
sou uma alma zangada
não sei o porquê, nem porque mente,
vá lá
entender a alma de alguma gente,
que não se importa com nada.

Salta a tampa da panela
fica a panela zangada,
panela onde muita gente
cozinha a comida esturrada
e outros que no fundo
não miram nada,
quando o cozinhado cheira bem
logo se alimentam com ela,
mas o tempo se encarrega
de não deixar ficar lá nada.

Serei doida condenada
por estar um pouco encolerizada,
num mundo onde tanta gente
com tanta coisa feia e bela, certamente
passa pelo tempo a correr
e não tem tempo
para ver nada.

Ao morderem uma carcaça
comam-na lentamente
saboreiem o que está lá dentro,
porque vão ficar sem nada.












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