SENHA E LOGIN

Data 17/12/2008 15:39:14 | Tópico: Poemas -> Reflexão

Aquele que aparece
na quimera de um poente
e se arrasta na espera
de um dia ser gente

Quem sabe se essa hora
(pode ser agora)
já não está morta…
(e não é cedo nem tarde)

Há um dia qualquer
(pode ser agora)
o viver pode ser negado
e a morte já ter levado
quem esteve ao nosso lado

E se for hoje
(pode ser agora)
Quem o vai saber?
Ninguém nega o viver
(mas e se morte já houver?)

Vivemos,
Como não fosse-mos morrer
E quem não pode mais ler
outros poemas?
Já não tem a SENHA
(pode ter sido agora)

Podem saber teu nome
(mas o além sempre chama)
e aqui acaba a tua fama
(pode ser agora)

Quem notaria afinal
Neste meio virtual
O silêncio absurdo
do cibernauta falecido

Aqui jaze o usuário
Ser virtual
Enterrado com uma só palavra
- SENHA –
••••••
(senha inválida)

- Os bits e os bytes
ornam sua urna
e um dia em arquivo
é iliminado do sistema.

As letras afinal são
números apenas
zero - viveu
um – morreu
e ninguém
se apercebeu
- está certo o sistema:
não deu erro.

- Aqui a poesia
é matemática esquecida
para quem
sempre no virtual
viveu.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=64346