“O agridoce da vida” - Soneto

Data 20/12/2008 12:26:26 | Tópico: Sonetos

“O agridoce da vida” - Soneto

Indo e atravessando despovoados sítios
Mergulho corpo e alma em pélago profundo
Enganando o tempo, quebrando os ritos
Na retina congeladas, cenas do meu mundo

Neste silêncio, caminhos particulares refeitos
Ardentemente aguardo o desfecho inusitado
Desmistificando as noites, sorvendo os efeitos
Na boca o gosto agridoce do veneno derramado

Corpo estático, desejo de ressuscitar alvoradas
Despindo-me de esperas, deixo a vida acontecer
As intempéries experimento, deixo-me sobreviver

Invadindo o futuro de manhãs desabitadas...
Sensibilidade acuada a condição do momento
Aparentemente estéril, ainda que em movimento.

Glória Salles
14 dezembro 2008
18:27hrs




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