A Fotografia

Data 11/01/2009 04:56:31 | Tópico: Prosas Poéticas

Não me retrates quando não sou eu, porque não o mereço, não me atires com um clarão que me prende numa película, porque nesse passado ainda não era eu.

Uma fotografia guarda na recordação das suas linhas, lembranças de um instante, um momento de um segundo recortado de um tempo assustado, que acaba por sossegar e descansar nos olhos de quem a vê.

É no sentido inverso que me faz olhar, no instante parado que possa ser tão facilmente roubado, que agora ponho as minhas frases, a minha mente, o meu observar. É no entender que uma foto guarda, que se explica e é réplica na sua afirmação.

Era no desejo de ficar mal guardado, um eu que não pessoal, mas a cápsula que de mim apenas minha alma adormecida guardava e me fazia lembrar, o que não era, ou se era, estava assim por acordar, não nas linhas e cores que uma fotografia tem, mas na data que se esconde e que lembra o momento da qual foi roubada.

Agora exponha de verdade, ofereço-lhe os recantos que o presente guarda, e disponhas para que nesse passado retirado o presente seja agora guardado. É nela que vejo sorrisos, é nela que me vejo a faltar, porque agora na sinceridade no que escrevo, guardo o desejo numa foto a minha verdadeira alma ser roubada, agora com esta nova manhã despertou.

E que nela sejam guardados os sonhos e aspirações de felicidade, para não serem esquecidos, que sejam gravados em pequenos pixéis de imaginação, as regras que aquele momento regera, e que nela se torne viva o momento que o futuro conforta.

Porque o tempo cura e uma foto para sempre recorda




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