seis.

Data 19/01/2009 16:22:20 | Tópico: Textos




e então o corpo correu pela praça, sentou-se membro por membro no passeio e começou a soletrar o asfalto. primeiro foram as pedras depenadas que nem pombos, depois um ou outro charco salgado como uma lágrima e, mais tarde, já a noite lhe comia as peles, ergueu-se nas palmas e desceu a rua, foi sentar-se à margem de um coração, sem fazer barulho, para não acordar os ventrículos. no fundo sempre foi um contador de histórias sem boca, fala com os dentes rente aos pés, perde o sentido e, antes de adormecer, encosta as orelhas ao lado esquerdo do peito.






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