“O que ficou do “alheio” - Soneto

Data 19/01/2009 20:03:51 | Tópico: Sonetos

“O que ficou do “alheio”

Não posso acreditar que caí nesse engano
No teor expressivo que nos versos empregas
Se fui apenas teu vicio... Teu desejo insano
Fui passional e inteira nas minhas entregas

Se teu cansaço, minhas águas não curaram
Se perdida de amor, só consegui ver miragem
Se apenas o prazer do meu corpo te ataram
Então na varanda não haverá mais aragem...

Dos teus veículos desço, mesmo em movimento
Nem vou na alma reter nenhum sentimento
Mas neste ardiloso jogo, não serei arrebatada

A varanda que um dia foi de sonhos, permeio
Servirá só de abrigo, pras sobras do “alheio”
Tuas noites pra sempre, de solidão fadada.

Glória Salles





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