11.º de um ciclo ainda sem título

Data 29/01/2009 07:26:00 | Tópico: Poemas

Bem sei que não soubeste que o poeta
Guilherme de Faria foi à Boca
do Inferno e lá ficou, ainda hoje voa
sobre aquele que é agora o seu abismo

e sobre o mar, não quis nenhum telhado,
nenhum quarto de hotel, nem companhia,
nem cidade, só quis voar e voou,
o Guilherme era assim, não teatral,

bem sei que para a morte é indiferente,
porque há múltiplas formas de morrer,
a mais paciente é deixar o tempo

fazer o seu trabalho de cinzel
na pedra que nos coube, outra é um verso
dos tais que há que morrer para o escrever.



Xavier Zarco
www.xavierzarco.no.sapo.pt
www.xavierzarco.blogspot.com



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=68809