11.º de um ciclo Bocageano

Data 18/02/2009 00:15:33 | Tópico: Poemas

Mísera vida sinto que vivi,
Mas minha foi, não outra que não esta
Que em versos por moeda, copo ou festa,
Ou por sátira ou lágrima escrevi.

E foi este o Bocage que revi
Em cada espelho ou página funesta,
Mesmo quando o olhar fugia pela fresta
Da fria cela, era o Eu o que senti.

Sou Bocage, o poeta que verseja,
Que troveja, que grita sem parar,
Que soube que entre dedos foge à Sorte.

Bocage serei, mesmo que não seja,
E escrito o deixe, quando me deitar
No leito amargo e fétido da Morte.



Xavier Zarco
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