
Em Circunstância
Data 25/02/2009 00:47:51 | Tópico: Prosas Poéticas
| Estudo a tua forma E a loucura em si filtrada. Como te temo de manhã, Envolta em cetim e sedas de outrora, Onde mansamente descansei, Ou fumei aquele tabaco. Cartas tuas recebi. Sem medo, guardei-as no baú onde ainda hoje te encontro. Apenas e só nua, tais silhuetas venerei E iluminei o meu caminho. Vesti de azul por acreditar ser essa a tua cor E na qual consegues concentrar A luz intensa do astro desconhecido. Amado. Odiado. O sol! E a chuva que caiu? Perguntavas tu. É a mesma que me cura as maleitas da sede E guardo num frasco de vidro opaco, Comprado na distante dimensão da existência. Costumo ler textos teus. Editaste em livro que não comprei. Pensei que mo oferecesses e assim foi. Horas passam nas demais instâncias; Espírito que soletra a minha razão e, Me identifica de soslaio, por não confiar em ti. Me desleixo e te deixo, entregue à desconhecida sorte, Que nunca busquei e me encheu, agora. O alimento que devoro sabe a ti, por ser parte tua, Dando-me, a todo o momento, a lembrança do teu choro, Convulso e complacente. Em toda a terra lágrimas correram, Desenhando rios de rara beleza e, agora, me banho. Na procura do teu olhar, Entretanto perdido, continuo a acalentar achar A telepatia que insuspeito na tua mente. Não é mentira que te ame! Verdade não o será. Já não escrevo para te sentir. Apenas para sorrir e lembrar os retalhos do que vivo; Imagens de sentido único e cores diversas, Instrumentos próprios da minha orquestra e Desta última composição que te dedico, em circunstância.
27 de Março de 2003
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