UM NOTURNO ACALANTO DOS CORPOS

Data 26/02/2009 00:10:23 | Tópico: Poemas -> Amor









Onde aquele rosto?

Onde aquelas mãos desnudando

a ânsia e os beirais

de nossos corpos
nas turbas outonais?

Onde aquele selo esfolando-se

e o vapor daquelas nuances

tingindo nossos madrigais?

- que os corpos falam

e se resvalam e se trescalam

porque descansam

e agonizam juntos

e nunca se evaporam

entre as sombras

quando a noite se esfumaça

se remodela e se retraça...

porque na vertigem e na graça

se abrem e morrem
como as sementes,

que guardam o gosto puro

e o mistério dos desejos,

das romãs, das manhãs

com suas folhas escritas,

esparsas...

Teu corpo e tua alma

nunca se fazem ausentes,

tua forma nunca informe

de mim se desentrelaça...

E há que levantar véus

a cada tua chegada!



www.lilianreinhardt.prosaeverso.net
www.cordasensivel.blogspot.com






Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=72133