
Mas não! Ninguém
Data 27/04/2009 21:24:28 | Tópico: Poemas -> Sociais
| Ah, mundo cruel, como me oprimes! Ah, poder fingido, como me enganas! Ah, patrão de milhões, como me ignoras, me esvazias e me lanças no beco do desemprego, das desilusões! Reclamo, dou opinião. Mas não! Ninguém me ouve. Ninguém me vê, é em vão!
Como heras trepei e agarrando-me ao que de mim restava, até aos confins do meu ser, lutei; de mão erguida exigi,... depois implorei. Mas não! Ninguém me dá a mão Ninguém me vê, constatei!
Se soubesses como me sinto só, no meio de tanta gente! Sem pressa, caminho apressada e para não morrer sufocada, cruelmente esmagada, sem destino, corro à frente. Mas não! Ninguém me vê, neste mundo indiferente!
Se soubesses como sinto fome De justiça, de amor, de pão! Sento-me… e envergonhada, estendo a mão. Estendo a mão ainda jovem, mas demasiado enrugada para ter outro patrão. Peço ajuda Mas não! Ninguém me vê, neste mundo cão!
Mas eis que junto os meus pedaços com a força que me restou e de mangas arregaçadas, enfrento tudo e aí vou. Grito bem alto ao mundo, ao patrão e ao poder, meus senhores hei-de vencer esta batalha, esta luta; hei-de-me restabelecer para não voltar a estender, a mão a filhos da puta. Todos irão ver, Das cinzas, o meu renascer!
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