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Mas não! Ninguém

 
Ah, mundo cruel, como me oprimes!
Ah, poder fingido, como me enganas!
Ah, patrão de milhões, como me ignoras,
me esvazias e me lanças no beco
do desemprego, das desilusões!
Reclamo, dou opinião.
Mas não!
Ninguém me ouve.
Ninguém me vê, é em vão!

Como heras trepei
e agarrando-me ao que de mim restava,
até aos confins do meu ser, lutei;
de mão erguida exigi,... depois implorei.
Mas não!
Ninguém me dá a mão
Ninguém me vê, constatei!

Se soubesses como me sinto só,
no meio de tanta gente!
Sem pressa, caminho apressada
e para não morrer sufocada,
cruelmente esmagada,
sem destino, corro à frente.
Mas não!
Ninguém me vê,
neste mundo indiferente!

Se soubesses como sinto fome
De justiça, de amor, de pão!
Sento-me… e envergonhada,
estendo a mão.
Estendo a mão ainda jovem,
mas demasiado enrugada
para ter outro patrão.
Peço ajuda
Mas não!
Ninguém me vê,
neste mundo cão!

Mas eis que junto os meus pedaços
com a força que me restou
e de mangas arregaçadas,
enfrento tudo e aí vou.
Grito bem alto ao mundo,
ao patrão e ao poder,
meus senhores hei-de vencer
esta batalha, esta luta;
hei-de-me restabelecer
para não voltar a estender,
a mão a filhos da puta.
Todos irão ver,
Das cinzas, o meu renascer!


Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor

 
Autor
adelaidemonteiro
 
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 27/04/2009 21:38  Atualizado: 27/04/2009 21:38
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11253
 Re: Mas não! Ninguém
Um grito social que faz eco aos dias de desemprego que se vive neste pais ou talvez mesmo no mundo,novos demais e velhos para uma nova oportunidade, excelente vou favoritar.

Beijos


Enviado por Tópico
Renata
Publicado: 27/04/2009 22:38  Atualizado: 27/04/2009 22:38
Super Participativo
Usuário desde: 14/02/2009
Localidade:
Mensagens: 138
 Re: Mas não! Ninguém
"Se soubesses como me sinto só,
no meio de tanta gente!
Sem pressa, caminho apressada
e para não morrer sufocada,
cruelmente esmagada,
sem destino, corro à frente.
Mas não!
Ninguém me vê, sou ignorada!"

minha senhora ou menina ou jovem. não importa. o seu poema é tristemente marcante. infelizmente vive-se muito esse vácuo de nós