
com a mao pousada no queixo na minha janela aberta
Data 01/05/2009 10:54:38 | Tópico: Poemas
| com a mao pousada no queixo na minha janela aberta vejo o mundo que corre la fora a um ritmo louco sinto que algo se passa e eu tao serenamente apatico com a mao pousada no queixo na minha janela aberta vejo que vejo pouco e sinto que sinto pouco la fora algo acontece que nao percebo e que me deixa louco vejo homens e mulheres criancas e automoveis arvores e passaros jardins e gatos autocarros e bicicletas comboios e nuvens sinto amor e frio calor e azafama ruido e sobressalto com a mao pousada no queixo na minha janela aberta a morfologia das coisas a patetice do que nao imagino vejo que nao sobra nada se retirar alguma das coisas vem um homem e mata um outro homem a demencia a tristeza da descoberta do sentido dessas mesmas coisas o vazio deixado pelo sangue por tantos derramado a impotencia de ser algo fragmentado disforme com a mao pousada no queixo na minha janela aberta que por vezes esta fechada que por vezes nao quero abrir mas passam dois miudos na rua a brincar e a sorrir as coisas mudam de cor e a alegria comeca a fingir como o sol que brinca com as nuvens e nao as deixa subir como o som do bater das asas de um pombo que voa so por prazer como o amor que um casal sente antes de se corromper como o vapor que aquece a caldeira da maquina a vapor do tempo quenao controlamos com a mao pousada no queixo na minha janela aberta das accoes que nao desejamos dos predios enormes que crescem ao redor dos corpos apodrecidos na lixeira da existencia no farrapo que so eu vejo la fora que ao contrario me condene se for farssa ou cobardia mas desejo que chegue breve tao desejado dia em que os homens descubrirao somente inocentemente que a forca que mede o homem essa nao tem demasia o dinheiro esse sim usado pela peste vai matando o que vejo ate que nada reste e o mineiro cultural que escava o conhecimento que divulgue o segredo desta civilizacao agreste com a mao pousada no queixo na minha janela aberta sinto que perdi forca mas ganhei uma confusao a mesma que infesta as mentes da multidao que se vende que se prostitui sem que mereca perdao com a mao pousada no queixo na minha janela aberta .
|
|