Na Madrugada de Setembro

Data 01/05/2009 15:04:21 | Tópico: Poemas

Que noite tão invulgar…
Na qual os insectos mais ousados
Não encantavam nem os ruídos
Dos batuques ribeirinhos assolavam ao calcanhar

Que mais posso versificar
Da baía moribunda,
Ou quiçá da empobrecida bunda
Que nada mais me podia inspirar

Que mais posso escrever se a alma
Cansada de tanto retrato
Daquele homem de pranto
Afugenta a minha inspiração à cama

Cá talvez ser poeta
Não seja assim tão nobre
Porquanto há alguém pobre
Que por amor preferiu ir para outro planeta...

Acreditar que um fio de pensamento
Invada meus desejos nocturnos
Para viajar nos devaneios diurnos
É pacientemente alegrar-se pelo sofrimento...

Nesta madrugada de Setembro
Minhas mãos negras e tão pecadoras
Não resistem à escuridão das horas
E, num poema, do meu amor me lembro.



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