O ar sem ti sabe a vinagre

Data 07/06/2009 09:43:50 | Tópico: Textos -> Tristeza

Hoje o dia amanheceu como uma cobra com a língua a percorrer as horas que caíam da ponta da noite. Era uma ponta solta também ondulante sem descanso e apressada em chegar a lado nenhum. Sibilava na minha cabeça todos os avisos deixados pelo árbitro da maratona da insónia em marcha à ré. Assim eu tinha a certeza que não devia, não podia, não tinha o direito de encontrar a minha vez de descansar a cabeça no teu ombro.
Não pedia nada hoje, na esperança que o sim viesse sem pedir, mas o nó está tão grande que não consigo respirar.
Há moscas mortas no meu pranto e borboletas moribundas nos meus olhos e não sei onde despejar tantos nãos.
Estou a pensar viajar numa barra de sabão que o ar sem ti sabe a vinagre….



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