Morro, renascendo

Data 08/06/2009 18:43:04 | Tópico: Poemas -> Sombrios

Já não sinto o meu corpo
vibrante, pulsátil de outrora
onde na macieza do areal
saboreava a carícia do mar

E hoje?

Hoje perco-me no labirinto do nada
onde o meu cérebro obstruído
agoniza no lamento da dor

Não sei quem sou, olho em redor
imagens desconexas predominam
no emaranhado amalgamo de mim

Tombam estrelas do firmamento
em pontiagudos raios de luz
atordoando a enfraquecida mente
despindo-a de total lucidez

Adormeço envolta nas brumas
do cerrado da ignóbil noite

Vozes distorcidas atalham-se
em ruídos insistentes e desconhecidos
na imensidão do tempo perdido
de um mero lugar qualquer

E no ancoradouro da vida
morro renascendo
para permanecer no que sou

Escrito a 6/06/09



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