
Um dia normal do trolha Aristides Pinheiro
Data 23/06/2009 09:38:55 | Tópico: Poemas -> Surrealistas
| Acorda, Aristides.
Aristides Pinheiro, Trolha honesto e aplicado, Foi picar o ponto Depois de dormir um bocado.
Ainda antes de poder lá chegar, Acercou-se de um companheiro. Ele trazia uma amiga, Companhia de tiro certeiro.
Tu é que és o Aristides? E antes que ele pudesse responder, Enfiou-lhe um beijo na boca E um abraço que o sufocava.
Parecia daqueles abraços Entre parentes ou irmãos, Mas mesmo tão bom Que nem sabia a incesto.
Ela tinha os dentes estranhos. Mas ele não se importou, Pensando que finalmente Alguém valorizava o rapaz.
Ele sabia do que era capaz, Mestre do heroísmo aleatório... Afinal era só chegar ao emprego E levar um beijo obrigatório.
Uns minutos a seguir, Agarrou a rapariga e deu-lhe outro, Desta vez mais intencional E cada vez menos racional.
Lá picou o dito cujo ponto, Pronto para ir trabalhar, Quando na fila de produção, Aparece a patroa.
Nesse dia, Aristides não foi trabalhar. Só se via uma tabuleta que dizia "Candeias - 17km" E uma estrada a subir em direcção ao céu.
Até lhe doíam os ouvidos De tanta inclinação. Ele nem desconfiava Que ia haver mais acção no guião.
Quando chegou à vivenda Senhorial de patrões de gente, Correram para a cozinha Assim num repente.
A patroa serviu-lhe camarão. Estava bom. Não sei o que aconteceu a seguir, Mas o marisco foi de borla.
|
|