A costela

Data 08/07/2009 15:23:46 | Tópico: Poemas -> Amor

Bate coração tolo
Bate filho pródigo da sabedoria
Bate...

Espanca o corpo pálido e aviltado
Surra a distinta consciência
E acalenta a licenciada ignorância do instinto

Palpitava-me os olhos
O som adstringente dos teus passos
Saboreava o seu cavalgar
Trazendo a insígnia da discórdia
Reluzente ao peito
E obscura aos meus sentidos

Roubava-me prazerosamente
Os anéis, as camisas, os sapatos
A dignidade e tudo mais.
Cantarolava canções druidas
E abocanhava a minha carne palpitante
Sangrava o meu último arroubo de liberdade
Após isso
Deixava-me no chão em hemorragias
Cravado nas costas um bilhete com a inscrição:
“Eu te amo”.



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