AQUI E AGORA

Data 21/07/2009 20:43:48 | Tópico: Mensagens

Podia usar algumas metáforas: dizer-te que imagino o coração das pessoas como um depósito de pequenas pedras preciosas - as memórias – religiosamente guardadas num velho e viçoso baú. Podia também dizer-te que imagino as memórias como álbuns guardados numa velha arca com fecho ferrugento, devidamente etiquetados: álbum dos amigos, da infância, da família, do cão, do passarinho…
Usando essas duas metáforas, dir-te-ia que tens sido uma boa surpresa ao ajudares-me a abrir a tal velha arca ou o tal baú para que eu as possa ir guardando lentamente. E depois, meigo e generoso, ajudas-me a fechar quer o baú, quer a arca, da forma mais segura e hermética possível para que os meus tesouros se mantenham intocáveis.
Podia agarrar nessas metáforas e tantas outras, mas hoje não me apetece estar com rebuscados, hoje não.
Assim, deixa-me dizer-te: não, não me estás a retirar memórias. Jamais. Não mas retiras e não mas conservas… ouves-mas e isso significa tudo para mim.
Antes de tudo e para além de tudo, o que importa é esta partilha de vidas e de memórias que a bem ou a mal fazem de nós o que somos hoje.
E lentamente estamos a criar os nossos momentos a que mais tarde chamaremos recordações e que com ternura guardaremos também na tal arca ou baú.
O que temos é uma amizade que germina diariamente e que tão bem nos faz.
O que temos na realidade, é o aqui e o agora. E eu gosto disso, tal como gosto de ti.


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