Democracia fascista de ideologia inexistente

Data 27/07/2009 14:32:13 | Tópico: Textos -> Políticos

Lá vai o povo à máquina mais uma vez. Hoje e sempre, a manutenção da democracia das marionetas, com o fantasma da ditadura a pairar.

Não deitem a perder tudo o que 25 de Abril vos deu. O voto no centro é a perpetuação na democracia. E etc e por aí adiante.

Eu valorizo muito o 25 de Abril. Valorizo também o Processo Revolucionário Em Curso, os juramentos de bandeira de punho fechado. Valorizo a distribuição de armas pelo povo, a criação de uma fronteira em Rio Maior e as confusões da Rádio Renascença.

Viva o meu povo, meu irmão, com meu sangue a correr nas veias que são suas, com medo do regresso ao passado. Viva o povo que passou dos extremismos laterais para os extremismos centrais.

Gosto de chamar ao regime actual "fascismo democrático". Os traços são semelhantes. Nomeações políticas, silenciamento das opiniões diferentes. A única diferença relevante é que no passado se mantinha o voto pela ignorância, e hoje se mantém o voto pelo bombardeamento na comunicação social. A ignorância na escola já vai a caminho para reforçar o regime. Os analfabetos com o 12º ano.

Chegámos às sugestões de leitura. Sugiro um livro chamado "Constituição da República Portuguesa". Sei que é desconhecido da esmagadora maioria dos cidadãos, até porque assim convém.

Ensino tendencialmente gratuito. Protecção do emprego, separação de poderes. Ah, e a melhor. Temos igualdade de direitos, embora sejam proibidas associações de ideologia fascista. Chama-se a isto liberdade de opinião política.

Eu estou a falar a sério. Quando leio a constituição, dá-me vontade de limpar o cu a ela, poupando precioso papel higiénico. Afinal, não serve para mais nada.

Mas a Constituição foi feita por portugueses, para portugueses. O que impede então este país de seguir um caminho melhor? Elites resistentes? Ignorantes subornados? O fantasma de Salazar a uivar nas esquinas escuras?

Não vou dizer que o povo português envergonha e mancha o 25 de Abril. Até corresponde perfeitamente ao espírito dos meses seguintes. Mas contamina e corrói o espírito do 25 de Novembro.

10 milhões de habitantes, 15 milhões de eleitores. Viva a República, viva Portugal, o maior exportador mundial de papel higiénico. Até ao fim do ano há duas eleições. Pensem e votem, se possível duas vezes em cada uma, para compensar os pobres mortos que insistem em aparecer na terrinha a votar onde o padre mandou.

A maioria dos animais, depois de se queimar, foge do fogo. Devemos ser plantas para gostar tanto do Bloco Central.


Um abraço a todas as ideologias políticas. Repito, ideologias, e não inexistência delas como a de alguns partidos políticos.



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