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 ComposiçãoData 28/07/2009 12:50:56 | Tópico: Poemas -> Góticos
 
 |  | Escreve a criança dispersa sobre o altar da inocência, Numa terra tornada caderno de linhas de fogo
 Abertas por dentro da pele onde o sangue se revolve
 Com as marés do grito que a garganta não liberta,
 Mas que o sangue desenha sobre a tela do chão.
 
 Nos céus desertos onde a névoa planta o seu rumo,
 O absoluto dorme
 De olhos fechados ao espelho que se compõe no seu corpo.
 
 Cantam na aurora os lamentos dos pássaros moribundos,
 Enquanto, em silêncio, os corvos fitam a cruz
 Onde a noite se confunde com a palidez dos corpos
 E os pregos que sustentam os membros dilacerados
 São também eles palavras no cântico da condenação.
 
 Como serenata de inocência estrangulada,
 Brota um coro de anjos do labirinto das quimeras
 E a terra sangra ao som da sua voz.
 
 Choram os olhos do cego que sente na sua torre
 A pulsação dos abismos frementes no amanhecer
 E a morte canta nos braços de um soluço adormecido
 Onde o rosto do abandono renasce em traços de esfinge
 Como num hino ao nada do infinito.
 
 
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