Uma espécie de vida oca

Data 14/08/2009 02:52:16 | Tópico: Poemas


Esqueci a lamparina acesa
Bruxuleando à cabeceira de um “eu”
Esticado e teso,
Como alguém que já morreu.
As ave Marias ficaram sem vinho e pão,
Debulhadas,
Mas sem perdão.
Pedaços de cabelos também,
Pontas quebradas e ignoradas
Pelo “eu” que jaz no chão.
Flocos brancos de uma neve que nunca vi,
Fazem uma dor necrosada,
Coisa antiga...
Sinto que meu inverno não tem fim!
Desassossego que conta telhas na laje,
Num desmantelo,
Num desmazelo
Que dá pena e dó,
Sentida por ninguém,
Nem mesmo por mim.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=94675