A FLOR DA MANHÃ

Data 16/06/2007 19:46:55 | Tópico: Sonetos




Cortaram pela haste a flor da manhã,
Secou o orvalho e o gosto a hortelã,
Que emanava da terra o seu fragor,
Ficando só o jardim em súbito torpor.

O sol desapareceu a meio à chuva
E as vinhas em ira não deram uva.
Pobre agricultor que fica sem pão,
Porque a horta já não cresce do chão.

Ante a afronta a natureza se rebelou,
Não mais os braços nem o nervo,
Da pobre gente que jazendo se calou.

Quem foi que aqui cometeu tal crime,
Da natureza o seu ilustre acervo,
Vem homem, quem foi, dime, dime?

Jorge Humberto
16/06/07







Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=9682