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Data 30/08/2009 21:12:52 | Tópico: Poemas


escrevo para me não doeres tanto, não te lembro para me doeres ainda menos. as recordações são abismos, desertos naturais, onde me perco. às vezes é por aí que te vejo, a vir do nada, magoada como sempre, os olhos devastados, descascados e duros como fruta ainda verde. talvez chores ainda nos meus sonhos, talvez me apodreças ainda dentro do peito, nunca amadureceste a pele, nem eu queria. e antes que me partas de novo o coração à cabeça, deixa que te diga todas as lágrimas como se fossem poesia. escrevo, choro, para não morrer, ou para morrer-te menos.



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