já eu acho que há "rebote de falta de crítica". a critica pura, dura e crua não é aceite.
a cultura do elogio só porque sim é algo fartamente referido e urge que apareçam mais gadanhas. idealismo, talvez. cagarolice... também talvez. sinceramente acho que não descobri a pólvora mas parece-me que há por aí muita gente com ela molhada.

alice. se sou antigo por aqui? se calhar tenho barbas e devia estar na reforma (não o escondo) mas há coisas que chateiam e isto acaba por ser um vício. vou-me fartar outra vez mas vou, garantidamente, voltar a ter uma recaída. se sou ceifador? acho que sou mas com um intuito de fazer algum pão.

dois pontos:

1. em meu entender, a partir do momento em que se publica, o texto, deixa de ser do autor e passa a ser afilhado. eu sou pai e não me coíbo de corrigir os filhos alheios como se fossem meus (defeito de formação).

2. a empatia ganha-se. eu não sou empático, aceito. mas não o sou porque não me ligo a quem escreve e pretendo continuar assim. neste momento, como gadanha, preciso de distanciar-me das pessoas e olhar para o que é escrito por aqui. é uma escolha assumida embora não tenha formação literária. isto também implica ser filho da mãe quando entendo que o devo ser porque tenho recursos suficientes para isso.

é da natureza. as coisas são como são, não é? até nem via mal nisso se as opiniões se cingissem ao objeto da critica (leia-se texto)

abcdefg... enfim. o que é bom no meio disto é que se fica com uma ideia real dos nativos de qualquer sítio. o problema é que o essoal leva isto a peito e pensam que estamos a falar deles.

olha. eu cá não posso dizer que tenha um grupo. nem conheço o pessoal (minto, alguns posso dizer que conheço) e corto a direito.
na minha forma de ver acho que ninguém devia ter pejo em dizer o que der na real gana, conquanto seja sobre o que lê. até acho que não se devia ler os escritos de um autor específico por sistema para se poder alimentar um certo ecletismo. não tem que se ler só o que se gosta mas também não tem que se calar nada do que se tem a dizer.

mal? não vai nada. que ideia! por mais liftings faciais que se façam, a mioleira é sempre a mesma e, essa, lambuza-se a eito como se fosse tudo marisco do bom.

a bandeira branca tem uma conotação rendição durante um conflito, de belicismo, de agressão. não a reconheço num sítio destes porque não tem razão de ser.

as opiniões e posições dificilmente são agressões ou desrespeito. que se renda quem quiser que eu não.

é tudo uma questão de leitura ao invés de escrita.

pois. estamos todos no mesmo barco. a diferença é que uns remam e outros não.

e tiraste-me a pinta, alice. sou um kafkiano vaidoso sem cura. olha que isto nunca me tinham chamado. acho que fui promovido.

e respondo com o ary:

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.

Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:

Da fome já não se fala
- é tão vulgar que nos cansa -
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?

Do frio não reza a história
- a morte é branda e letal -
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?

E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
- Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
- Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!

Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... storyid=152#ixzz2I4DxEXRV
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só porque sou vaidoso e não calo o que tenho para dizer, seja como o filho da mãe que escreve, seja como o filho da mãe que lê ou opina.

mas que escrevam como bem entendem. ninguém proíbe. também é certo que ninguém proíbe que se escreva como se bem entende sobre o que se leu.

"Críticas são ótimas, quando construtivas. Mas devem partir das pessoas certas."

ai também há pessoas certas para fazer críticas? o resto engole e cala? bonito!

Ninguém obriga ninguém a saber escrever mas, quem o faz, tem que ter a consciência que está sujeito ao "opinanço" (qualquer que seja) do universo em que publica. quem não tem esta noção, bem que pode ficar quietinho no seu canto.

por último, que conversa é essa de expulsar alguém? que dramatismo. nunca ninguém equacionou isso, pelo menos que me tenha chegado às orelhas.

"podes emitir uma opinião sem emitir um julgamento."
aí é que te enganas. a opinião tem o julgamento implicito e é assimilado... toca.

"ninguém muda ninguém."
pois. se tu o dizes. eu digo-te o contrário e já tenho a minha dose de confirmação.

de resto posso até concordar contigo e nunca pretendi o contrário (há muito, muito tempo o meu discurso foi igual).

não vejo razão no "laissez faire laissez passer" quando tenho algo a dizer de forma direta.