Leitura - "Onde os Desejos Fremem Sedentos de Ser" (Álvaro Giesta)
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No passado dia 3 de Outubro, recebi o livro: “Onde os Desejos Fremem Sedentos de Ser”, de Álvaro Giesta (Corpos Editora, 2011).
Aproveitando as viagens, sobretudo as que me levaram de Coimbra a São João da Madeira, passando por Alpiarça e acabando o périplo no Seixal, li e não faço favor algum ao autor ao dizer que gostei do que ali encontrei.
E apreciei sobretudo a junção que efectua de termos ligados aos elementos água e fogo, numa espécie de dança contínua, muita das vezes mesclando-se e, como tal adquirindo propriedades um do outro e tudo sob um constante ambiente nocturno.
Mas se nesse ambiente “morre o sexo já morto das virgens” e onde os “plátanos apodrecidos conspurcam / a placidez das águas”, há algo que permanece inalterável, a “busca” mesmo que “imprecisa e indefinida dos dias longínquos” onde se inventa “a música onde não há mais música”.
Esta noite, e daí talvez a utilização de elemento que naturalmente se anulam, vem sob um pano de devastação, de deserto, onde “o silencioso lume das palavras semeia mãos vazias”, mas, é nesse mesmo ambiente que se torna possível erguer o poema. E, para que tal ocorra, diz o poeta: “Abrem-se-me as portas da memória / e a noite acende o lume / e a geometria do poema” porque, para concluir, “prenhe está a noite / ansiosa de ideias novas por nascer”.

Xavier Zarco

Criado em: 17/10/2011 13:58
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