Baioa do Céu
sem nome
Numa ilha não muito distante daqui, lindas estrelas cintilantes brincando de refletirem-se na face do mar, de mãos dadas as ondas, (calminhas e quase silenciosas), quietinhas embalavam sonhos...
Um velho marujo, deitado, de pés cruzados, numa pequena embarcação, soltando suspiros do peito, namorava as estrelas, e ruborizado, poderia até supor que todo o céu estrelado, espelhava-se nos oceanos para o fazer feliz.

Tecendo lembranças lúdicas de amores juvenis e encontros apaixonados conduzidos aos cânticos inebriantes das Nereidas, permitia-se até supor-se amigo íntimo da felicidade, do amor e da gratidão. E em verdade sabia: "Nada do mundo se leva além do ser." Aspirava a vida fluída, fluente como um rio e os mares tranquilos da Baia do Céu...

Amava o que amava e sem mágoas reclusas, revelava-se ao mundo em essência e coração. Seu pai, também marujo, o ensinara a deixar que as dores se fossem junto com as mares revoltas e grandes tempestades. E então depois, tudo seria calmaria, a dor, apenas uma ilusão.

E é bem verdade que suas preferência noturna não era exatamente pela noite em si. Ligava-se a agradabilidade do silêncio, melodiado pelo som do mar, a própria respiração do mundo...

Clarice Ferreira

Criado em: 12/4/2012 16:20
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