Ontem, em local certo, encontraram-se para dizer que somos muitos, um grupo de poucos.
Cada um representava MIL.
Cada um se reviu no poema de José Lourenço a terminar, muito antes de começar
Falava de mil mais um, que eras tu.
Ontem em local certo, pelas horas certas do arroz de coelho que nos uniu, tu também jantaste connosco.
Ontem, mesmo que a repetição chateie ao Flávio, as cordas da sua viola atravessaram-nos da sua estranha presença.
Ontem, num local certo que para nós se chama Biblioteca, numa terra que canta de galo, uniu-nos a paixão pela língua portuguesa, pela cultura que é nossa.
Veio o Renato Epifânio, que por estranha coincidência também tinha comido arroz de coelho noutro luar, tão certo como a filosofia lhe guiar os dias. Desta feita até nós.
Falou de tudo aquilo que se esqueceu, porque o muito que disse foi pouco.
Eu quase que me esqueci de quem era também.
Fui eu quem dei o pontapé de saída na garganta seca do tinto generoso do jantar. Fui eu quem disse que Pessoa era, fui eu quem disse que Natália foi. Fui eu, quer se queira quer não, em lugar tão certo como esta pátria extensa de 240 milhões de falantes, estar sentada ali, em lugar certo na noite de ontem.
Falamos, estreitamos laços, e a nossa missão é passar despercebidos, actuando.
Está de parabéns a vontade absurda que temos de cantar a utopia.
No final ficou uma revista pairando. Uma Nova Águia em voo livre.

A Nova Águia passou aqui na Amadora também! Espero que voe, voe e voe, livre e com voz!

sim é verdade, voou a nova águia e com ela cruzamos mares e oceanos.

foi bom a noite passada em que Agostinho da Silva põs a sua mão em nossas testas para nos baptizar.
gostei do texto amigo josetorres.

E eu gostei de estar contigo.
Abraço meu amigo.

José.

Como é bom imaginar essas turtúlias em que se engendra toda uma troca de palavras, de poesia, para além de todo o são convívio que desses momentos emana.
O José a recitar e ler os textos...espero ter um dia a oportunidade de escutar e compartilhar tais momentos de felicidade.
Abraço

Meu amigo António, desta feita ficou para o Armindo Cerqueira, um amigo, e esse sim um profissional, o dizer das palavras lusófonas, entre as quais um belissímo texto do Flávio, uma crónica que penso estar aqui postada.
Eu fiquei-me pela abertura das hostilidades, lançando algumas sementes daquilo que é o meu pensar sobre a língua como pátria da escrita.
O Movimento M.I.L e o seu ideário merecem a melhor atenção de todos e a Nova Águia uma excepcional revista literária.
Será um prezer estar cdonsigo António, e aproveito para lhe deixar votos de felicidades para o seu livro, pois sendo o meu amigo tão verdadeiro naquilo que diz e é, só poderá ser um sucesso.
Um abraço