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"A TAÇA INFÂME, A CRIANÇA E O FUTURO"

 
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"A TAÇA INFÂME, A CRIANÇA E O FUTURO"

Por muito esforço que faça
Afastando essa Taça
De fel, a ela me entrego.

Resisto, persisto na luta
De querer estar impoluta
De qualquer pecado infâme.

Mas lá vem o vil carrasco
Aquele ser que eu arrasto
Eu própria! A mim me basto!

E me faz beber a Taça
De tão amarga , nem passa
Da goela, o primeiro gole.

Qual pecado me consome?
Esta infâme vontade
De querer acreditar !

Acreditar na Infância
No Homem do Amanhã
Mesmo qu`eu não esteja aqui.

Querer que a força da Esperança
E da sábia lembrança
Habitem nessa Criança.

E os erros não mais voltem
Porque eles se deram ontem
E não se podem esquecer.

Mas acordada do sonho
Relegada pr`á verdade
Lá vem a infâme Taça.

E lá vem o vil carrasco
E nisto, eu própria me basto
Neste jugo nefasto.

E volto a erguer a Taça
Mas, da goela não passa
Esse fel que não engulo.

É demasiado duro
Desistir da Infância
Desistir de uma Criança.

E tem um sabôr tão amargo
Quando essa mesma Criança
É um nosso Filho Amado!


(Por Ana C./ SOB_VERSIVA)

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*FOTO em Missão, na Guiné-Bissau


Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.
*Mário Quintana*

 
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SOB_VERSIVA
 
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Enviado por Tópico
Vera Sousa Silva
Publicado: 11/03/2008 16:50  Atualizado: 11/03/2008 16:50
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Mensagens: 4098
 Re: "A TAÇA INFÂME, A CRIANÇA E O FUTURO"
Ana, apenas uma palavra: BRAVO!

Beijo

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 11/03/2008 16:52  Atualizado: 11/03/2008 16:52
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Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3085
 Re: "A TAÇA INFÂME, A CRIANÇA E O FUTURO" p/ SOB_VERSIVA
Este tipo de exercício poético não é fácil, por isso te dou parabéns.
Procurar rimar em "tercinas" (não se se chama assim)é extremamente complicado num texto extenso como este, isso dá azo a que o autor por vezes se perca ou no contexto ou na rima, tu, para não perderes o fio à meada, perdeste-te em algumas das rimas. Gostei, fundamentalmente, do arrojo e da coragem de escreveres assim.

Beijo