Outras Editoras : A semente (Pedhro Jera Isa) 1º capítulo
Enviado por MiltonRosaJunior em 10/10/2008 17:29:59 (1066 leituras)
 
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R$ 33,53(Brasil) Euros
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Livro cuja sinopse se encontra no menu link do site www.asemente.prosaeverso.net.





- Belo dia de hoje, não acha Isa?
- É verdade. Suspirou a adolescente com outros interesses na névoa da mente.
- Papai, por que todos se acham felizes num dia de sol?
- Porque o Sol ilumina nossos corações e nos faz despertar para verdadeira felicidade.
- Eu não me acho feliz, faz muito tempo.
- Pode deixar que você a encontrará, é só ter paciência.
- Isso deve demorar muito, pois não vejo nada na minha frente para que isso que sinto mude.
Pedhro se sentiu incapaz de conseguir tirar-lhe o véu de seus olhos para que sentisse mais prazer com a vida, porque seu sentido de viver era de jogar sempre positivamente com o objetivo de ganhar algo altruístico, algo que beneficiasse sua família, sua prole e quem viesse com bons sentimentos em seu caminho, o jogo da vida, essa era sua pedra fundamental enquanto Isa era uma menina muito rebelde, no sentido de que a procura pelo prazer, o vazio que nunca se acha, era muito mais importante do que a simples veneração pelo amor, pela carícia, pelas palavras de idônea sinceridade, era a espera eterna pelo bem amado, por oportunidades boas, por uma compreensão melhor da família. Ela precisava de um pequeno ajuste, pois seu pai entendia que não se deve esperar demais por uma gestação de problemas, nove horas para isto, nove dias para isso, nove meses para aquilo; devia ser resolvido pelo risco de sua gênese, o risco profundo, aquele que só a intuição masculina pode revelar, porque a vida era se arriscar e não esperar. O auge desta conversa poderia acabar em discussão, porém era preciso alcançar as leis da natureza que se favorecem para benefício de todos os que a compõe. Eles sentiram o balançar das plantas suportando o vento, lutando contra própria natureza pela simples ação desta estar sendo representada pelo vento, sentiram os animais também lutando pelo seu dia a dia, alguns imergindo na terra pela alimentação, corrida diária pela vida. Parece inóspita fazendo seus filhos percutir dia-a-dia, alguns não encontram alimento, outros precisando de sol ou chuva não os encontram, porém isso faz parte de um plano de dicotomia, pois a noite só aparece com a ausência da Luz, a sede com a ausência da água, a seca pela ausência da chuva, o mal pela ausência do bem e a infelicidade pela ausência da felicidade.
Isa foi se distanciando, se congelando das idéias do pai por pura indiferença a sua reflexão, não se importara em ver a beleza de Vênus na terra, sua parte feminina não a amolecia. Foi em direção ao carro, furtivamente, para não se despedir da beleza que Deus proporcionou àquele parque. Seu pai, triste, porém, pertinaz, resolveu, sem que ela tenha visto, plantar uma semente cavando fundo entre as pedras. E colocando todo o desejo do mundo que aquele projétil de planta ache seu lugar ao sol, mesmo com tantos empecilhos, jurou que voltaria e daria o nome da neta ou neto, aquela pequena planta, pois como ela, se sustentaria sozinha naquele campo florido.
Pedhro retirou seus joelhos da terra úmida e se levantou paulatinamente tendo seus pensamentos úmidos também, quase se transformando em lágrimas, virou-se e foi se despedindo de sua nova filha. Chegou ao carro e deu a ignição para o reconforto da sua mulher Jera. "Ela deveria estar preocupada com nossa demora" pensou o pai. No caminho olhou diversas vezes para o ventre de sua filha se perguntando o porquê daquilo ter acontecido em sua família. Porque Pai! Logo conosco! O namorado de Isa tinha praticamente sumido, só se desculpava por telefone de não ter comparecido ao exame de sangue de sua gravidez, a ultra-sonografia de seu filho, os trabalhos que arranjava eram sempre desafiosos demais para ele, "hoje ele é um vagabundo, talvez não para sempre". Pedhro se preocupava não com o rapaz e sim com sua filha e o que se destinava para aquela criança. O rapaz não conseguia nem apaziguar em nossa mente os pensamentos errôneos de vítima da vida da situação constrangedora de desempregado e completamente sem sorte.
- Quem não joga para ganhar nunca vai ter sorte, porém quem se despede dos dados nunca irá ter certeza de seu futuro. Sussurrava Pedhro em seu volante. Isa perguntou:
- Agora está dando para falar sozinho pai.
- Não estou apenas pensando alto demais. Como sua mente estava acelerada demasiadamente não conseguia conter seu raciocínio pouco silencioso. Deveras, os sons da mente às vezes se confundem com os sons guturais da indignação.
Seu pai não queria ser Deus, pois bem, ele não tinha os dados, porém como tudo na vida é emprestado, ele de vez em quando os obtinha como os teutões da arte rúnica, homem de visão e imaginação fértil era poeta anônimo e jogava runas, sabia que Isa estava muito confusa com isso tudo, buscava ter muita paciência para que não trocasse os pés pelas mãos nos dizeres e não se perdesse naquilo que as pedras lhe falaram: Mente confusa, espera que tudo se resolverá, alerta silencioso e, por final, cura para todos os males. Essas intuições martelavam em seu interior, entretanto, como distribuí-las em seqüência correta. Como o futuro se predispõe de seus artifícios mais ardilosos. Pedhro acreditava que o futuro era uma ilusão, entretanto não se desligava de seu relógio, por vezes queria que os ponteiros voltassem a ser anti-horários, fazer uma viagem no tempo em que sua filha era uma pequena espoleta, subindo em árvores, brincando de dar mamadeira a boneca. Eles eram muito mais próximos do que hoje, conversavam brincavam de amigo desconhecido, era uma felicidade só. Hoje, porém, no ano de 2006 onde completara 21 anos, inexistia aquela aproximação definida, porém Deus escreve por parábolas e esta gravidez veio dar um pára no deslumbramento com os prazeres terrenos de Isa, congelou-se sua vibração tendenciosa para os simples desfrutes. Jera, sua esposa e companheira, estava o esperando no portão. Ela em tom repressivo, após passarem pela entrada, Comentou indignada: " Já era sem tempo, estava ficando preocupada, vocês sabem que gosto da família reunida na hora do almoço."
Jera era um verdadeiro exemplo de justiça. Às vezes parecia o próprio Odin a proferir as suas ordens, pois esperava sempre a colheita promissora de seu trabalho deveras organizado em seus mínimos detalhes. Ela sabia muito bem onde pisava, porque tinha plantado na época certa seus desejos, e colhia também na época certa seus frutos, os frutos do trabalho, daquilo que é honestamente merecido. Tinha a atitude de sempre esperar a recompensa por pura justiça divina e por mérito, pois pressagiou bem pelas suas atitudes passadas qual era o momento de retirar a raiz dos seus desejos das plantas agora reconhecidamente adultas das suas ações, nada precoce era de seu entendimento, por isso que não entendia como Isa tinha embarcado neste Titanic. Sabia que o congelamento de seus intentos era costumeiro, tentou-se curso de idiomas, teatro etc, nada a contentava, porém, não sabia que isto tudo iria parar num Iceberg.
- Que a lei do karma seja condescendente com você minha filha. Era, em suma, o que falava e mais um pouco, tentava ensiná-la que o fruto do trabalho contínuo tinha seu merecimento, mas não só o trabalho relativo a emprego, mas sim o trabalho cotidiano de se melhorar. O trabalho da gratidão era o mais imposto, pois saber agradecer o perfeito funcionamento de nossos órgãos, a casa abençoada onde se mora, a saúde, ter pais e não ser órfã. Tudo era motivo de se agradecer, tudo era um merecimento, um sortilégio. Jera era uma mulher aparentemente calma, às vezes se tornava um vulcão em ebulição, principalmente por causa da falta de organização na vida das pessoas. Por ser uma mulher de "espera", não tinha a paciência devida, porque tudo era para depois: depois ela, primeiro os outros. Essa virtude faz dela uma pessoa vista como muito evoluída perante os outros do convívio, uma prova disto era de que recebia muitos presentes de agradecimento em seu trabalho. "Festival da Colheita" era tudo o que pensava, não se regozijando de seus feitos, porém orgulhosa ficava. Claro Jera era humana também.
- Isa? Jera iniciando uma indagação.
Sabia que minha avó sempre me falava que as coisas devem frutificar no seu devido tempo, e que o mesmo não deve ser apressado, tudo deve ter um ciclo completo: primeiro o estudo, depois o namoro, após o noivado e depois de se formada, o casamento, filhos só após uma estrutura já montada?
- Eu sei mãe, mas a camisinha furou.
Pois eu digo que não foi a camisinha que furou, estourou sim seus planos de autodestruição e agora você está tendo uma nova chance de recomeço com mais responsabilidade, se lembra quando lhe alertava sobre os perigos de sua saídas à noite compulsórias, você não me pedia conselhos ou aprovação, simplesmente saía. Estou certa ou errada?
- Não sei.
- Não sabe ou não quer dizer?
- Não sei o que dizer.
Você não plantou as sementes de otimismo, de estudo, de bom futuro para desfrutar momentos de alegria e felicidade. Colhemos infalivelmente aquilo que aramos na terra.
- Mãe vou deitar, estou com dor de cabeça.
- Não vai se alimentar, primeiro.
- Não.
- Filha você sabe que me preocupo muito com você e esse pequeno ou pequena que está dentro de seu ventre não é mesmo?
- Sim eu sei.
- Então antes de dormir escute uma história que tenho para lhe contar e depois pode se deitar:
-Conta uma popular lenda do Oriente, que um jovem chegou à beira de um oásis junto a um povoado e aproximando-se de um velho perguntou-lhe:
-"Que tipo de pessoa vive neste lugar?
- Que tipo de pessoa vivia no lugar de onde você vem?" -perguntou por sua vez o ancião.
-"Oh, um grupo de egoístas e malvados.- replicou o rapaz- Estou satisfeito de haver saído de lá"
A isso o velho replicou:
-"A mesma coisa você haverá de encontrar por aqui."
No mesmo dia, um outro jovem se acercou do oásis para beber água e vendo o velho perguntou-lhe:
-"Que tipo de pessoa vive por aqui?"
O velho respondeu com a mesma pergunta:
-Que tipo de pessoa vive no lugar de onde você vem?
O rapaz respondeu, então:
-"Um magnífico grupo de pessoas, amigas, honestas e hospitaleiras.
Fiquei muito triste por ter de deixá-las".
-"O mesmo encontrará por aqui"- respondeu o ancião.
Um homem que havia escutado as duas conversas perguntou ao velho:
-"Como é possível dar respostas tão diferentes à mesma pergunta?
Ao que o velho respondeu:
-"Cada um carrega no seu coração o meio ambiente em que vive.
Aquele que nada encontrou de bom nos lugares por onde passou, não poderá encontrar outra coisa por aqui.
Aquele que encontrou amigos ali, também os encontrará aqui porque, na verdade, a nossa atitude mental é a única coisa na nossa vida sobre a qual podemos manter controle absoluto".
Infunda em si mesmo a idéia do sucesso. O primeiro requisito essencial a todo homem para encontrar uma vida digna de ser vivida, é ter uma atitude mental positiva.

- Que lindo conto minha mãe, você quis falar de nosso livre arbítrio, não é mesmo?
- Sim querida, quando começamos um namoro, sempre achamos que todas as forças do destino nos juntaram de alguma maneira, coincidências, várias coisas, e quando acontece algo de ruim ou de bom, sempre achamos que "tinha que ser".
"O destino a Deus pertence", sempre foi uma frase que eu ouvi, inclusive sempre odiei, achava que era muito fácil colocar suas decisões na mão de outra pessoa, assim, se "eximindo"de culpa ou de suas conseqüências.
Mas vamos pensar bem, se tudo está escrito, se realmente o destino a Deus pertence, não precisamos fazer nada, tudo vai acontecer em nossa vida, é só esperarmos, sem escolhas, sem dores, sem problemas, que tudo será resolvido por Deus.Tudo seria inútil se existisse o "Maktub" o " estava escrito". Não devemos ter esse pensamento de que existe um livro contando nossas vidas, temos que decidir lutar assim mudaremos nosso destino seja para o bem ou para o mal, dependendo de nossos pensamentos. As escolhas que fazem a diferença em nossas vidas seja um amigo, namorado ou esposo, tudo faz diferença abre-se ou fecha-se caminhos.
Não deixe a vida acontecer sem ter escolhas, pois dará rumo errado em sua vida como uma bola de neve descendo uma montanha, pega-se de tudo em sua frente, resolva tudo na hora que as coisas acontecerem. "Tenho um conselho para você: viva a sua vida e acredite em suas preferências, pois o futuro vai realmente pertencer a Deus se não acreditar em si mesmo."
Você está certa Dona Jera, até a mazela do corpo acabou.
- É por que você está começando a acordar para a sua vida, minha filha, e é o que Pedhro quer também, tanto que levou você até aquele passeio, ele fala pouco, mas quer o seu bem como eu também.
- Mãe, você acha que eu sou o primeiro menino da história ou o segundo?
- Isso só você poderá responder, vá tomar um banho quentinho e se deitara já é tarde.
Isa subiu as escadas em direção ao banheiro, entrou no chuveiro e enquanto a água aquecida lhe limpava das mazelas do corpo seus pensamentos devaneavam em perguntas que só seriam respondidas com o tempo, não tão longo assim, pois sua quântica já estava em transformação para uma vida melhor, nela surgiu o velho dom da reflexão, pois tinha tido um dia com muitos ensinamentos, o degelo começou, a calota polar finalmente estava diminuindo, estava indo para o oceano de pensamentos e atingindo outros continentes do coração, "viva a vida!!-dizia seu pai, agora ela estava compreendendo mais esta frase virtuosa acariciando seu bebê pelo ventre, pois a maternidade, finalmente seria seu recomeço de vida, deveras! Estava gerando outra, estava continuando a evolução e deixando para trás o passado que, erroneamente, achava certo, porque o certo está sempre em revolução, nada é concreto exceto a morte, esta sim esta definida e subscrita no caderninho de Deus. Isa já tem dois nomes que não quer comentar ainda para ninguém,-nomes são sagrados- dizia sempre a seus pais, ela tinha em mente que os revelaria quando soubesse do sexo de seu filho(a). Agora, depois de se enxugar calmamente seu corpo de nova mãe, olhou para o espelho embaçado bem no fundo dos seus olhos castanhos claros, ela se viu em dois em um, primeiro de frente depois lateralmente, risonha, ela abriu um sorriso de orelha a orelha, finalmente. Foi se deitar fazendo sua oração para que todas as suas perguntas tenham respostas e cheguem mais claras no próximo dia. Ela adormeceu levemente.
O dia nasceu lindo de novo e como toda primavera, a rua estava colorida e convidativa, Isa acordou com uma mão leve acariciando seus cabelos lisos e sedosos. Era sua mão, dando valor a sua colheita.
Ela fez um convite de visita até a janela de seu quarto com cheiro de incenso de canela.
-Vamos até a vista que quero lhe mostrar uma coisa.
Isa sonolenta quase que hipnotizada com o convite de sua mãe colocou seus pés na pantufa e a seguiu. A mão indagou:
- Você esta vendo aquelas árvores robustas e pesadas ali do outro lado da rua.
- Sim. Respondeu Isa confusa.
- Elas são tão pesadas que se houvesse uma ventania elas cairiam como pedras no chão.
- Sim, eu sei.
- Agora vou lhe mostrar uma coisa.
Isa arregalou os olhos quando sua Jera lhe abriu os caminhos.
- Agora esta vendo este pequena planta.
- Sim, é um trigo.
- Esta é como o Teixo, pois qualquer ventania que vier, seja lá que força tenha, ela irá sem envergar, se envergar e não sairá da mãe terra.
- Sim, e daí mamãe.
Seja sempre que nem o trigo, com mais flexibilidade nas sua decisões e pensamentos, pois a ventania e tempestade sempre cairão, porém, você estará de pé logo que passarem.
Isa olhou com olhos nobres para Jera e beijou sua face esquerda como nunca tinha beijado a direita. Foi um beijo de agradecimento por tudo que acontecera até aqui e não pelas curtas palavras, pois sabia que o amor de sua mãe para com ela era inigualável.
- Mãe, vou tentar passar tudo isso a meu filho espero que ele, ou ela, aprenda mais cedo do que eu.
- Não tenha medo das inclinações de seu filho, Isa; se ele for pedra dê-lhe bastante água e se for água deixe que a vida se encarregue de colocar pedras em seu caminho, ensine-lhe apenas que existirão essas pedras queira ou não.
- Essas pedras podem ser muito pesadas para a criança?
- Para criança, talvez, mas para o adulto que se formará, sim.
- Por quê?
- Por que elas significam a morte de suas tendências inatas.
- Como assim?
- Morremos em fases Isa. Morremos da infância para adolescência para que nossa dependência física e emocional comece a desaparecer, morremos de adolescentes para adultos para que nossa independência financeira e,principalmente a sentimental se abrande, morremos até como estudantes para nos tornarmos profissionais, morremos para nos tornarmos pais, pois necessitamos passar nossos conhecimentos morais e sociais, morremos como pais para nos tornarmos avós e paparicarmos mais do que educamos, enfim morremos para renascermos melhores do que já somos, por isso não tenha medo da morte, pois haverá sempre um exercício de aprendizagem nos esperando para a próxima etapa estando prontos ou não, a morte e o renascimento são inevitáveis seu pai sabe melhor isso que eu.
- Mas eu gosto mais de conversar com você. Disse Isa com olhos tenros e ansiosos por mais conhecimento.
- Seu pai é de Marte minha filha, e os homens são mais propícios a concretizações e menos propensos a diálogos, ou seja, são mais diretos no assunto. Cada um no seu devido papel. As mulheres são de Vênus, deste modo a compreensão afetiva é a beleza da vida é para nós vista de um modo mais fácil.
- Deve ser por isso que as mulheres conversam mais. Disse Isa completando a sintonia.
- Nós precisamos ser entendidas por eles por parábolas, pois quando dizemos é muito para nós, apenas desejamos um pouco mais de carinho e atenção, e quando eles dizem é muito para eles é que as coisas realmente estão passando dos limites e se precisa um controle, um domínio sobre a situação. Converse mais com ele, tente entendê-lo, pois de uma simples conversa que nem a nossa poderá surgir grandes insights.
Isa ficou, por alguns minutos, pensativa olhando pela janela de se quarto. Na bela visão que lhe inspirava pensamentos mais claros em sua mente cada vez com menos névoas, ela pensou em seu pai e quando na sua infância tudo era tão mais fácil. Pensava em seu relacionamento com Pedhro. Lembrava que brincava de jogar dados para que a sorte fosse, discretamente, lhe mostrada como seções de ilusionismo, na verdade ele estava lhe ensinando os primeiros passos da lei natural da sincronicidade das leis cósmicas. Sua ação de jogar os dados dava-lhe, na época, sentido de brincadeira, porém, estavam experimentando os primeiros passos da lei da ação e reação de corpos que juntos aos nossos desejos adquiriam formas numéricas de respostas às nossas perguntas. Seu jogo era sempre feito com amor, e com amor as perguntas eram respondidas sem se aperceber do verdadeiro e importante fato, ou seja, que a lei da atração (a da causa e efeito) era dita pelos dados. Era o carma sendo disperto, pois o número que mais aparecia era o número sete. O número da introspecção, da solidão e da vitória seguido de lutas. Porém, eles, na época, faziam que aqueles dias não faltassem divertimento e prazer; as horas que passava com seu pai havia mais amizade pincelada com doses de segurança que Pedhro lhe passava. Exatamente como os antigos Celtas faziam em suas reuniões familiares. Eles adoravam as árvores, os rios, a natureza em seu potencial mais pleno de eterna mãe. A mãe natureza renuncia tudo por amor a seus filhos, e quem não renuncia a si mesmo por amor a seus irmãos, não era digno de ser seu filho. Ele lhe dizia, já mais grandinha que a vida é uma linha fina só na aparência, na verdade ela tinha contornos formados pela audiência dos desejos de nosso coração, sem eles o pretérito e passado seriam os mesmos sem alterações, pois nossa atitude mental afeta o universo que está atento sempre aos nossos pensamentos. Isso era...
- Chegaram os insights. Interrompeu Jera.
- Sim, eles chegaram e não vieram tarde.
- Isa, já está na hora de nosso café. Vamos encontrar com seu pai antes que ele saia para o trabalho.
- Sim, vamos.

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