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Há aqueles que se contentam em narrar histórias; outros, que ousam transformar a palavra em espelho, em abismo, em revelação. Os contos reunidos nestas páginas pertencem a essa segunda linhagem: não se limitam a entreter, mas antes instigam, inquietam e, por vezes, consolam.
Em cada texto, há um convite — ou uma provocação. O leitor é chamado a atravessar portais de humor ácido, onde a ironia revela o ridículo humano; a perder-se em florestas simbólicas, onde a imaginação se torna chave de entendimento; a encarar espectros, sonhos e memórias, percebendo que o tempo não é mais que uma ficção frágil. Os mortos escrevem cartas, os paladinos disputam torneios da alma, os jardins escondem segredos, e até a mais singela saudade ganha corpo, peso e substância.
O espírito que percorre estas narrativas é sempre o mesmo, ainda que a história mude de lugar. Há sim, nos dias de hoje, a necessidade do sarcasmo dos indignados, da introspecção dos pensadores, e da melancolia dos justos, mas sem jamais deixar de transparecer a essência da beleza e da arte. É quando você tenta fazer as pessoas rirem e chorarem ao mesmo tempo em que pensam. Sim, uma empreitada difícil, não mas teria graça se não o fosse.
O leitor encontrará, nestas páginas, não apenas histórias, mas cartas enviadas da imaginação para a eternidade, fragmentos de mundos possíveis, reflexos de uma condição humana que é ao mesmo tempo trágica e sublime. Cada conto é uma janela para o real e o sonho, para o humano e o sobre-humano, para o que fomos, o que somos e o que deveríamos ter sido.
Ler esta obra é embarcar numa jornada onde a vida e a morte, a saudade e o riso, a dor e o encantamento se dão as mãos. E talvez, ao final, descubra-se que o mais precioso de todos os dons é perceber, como os personagens aqui sugerem, que a imaginação é mais poderosa que o conhecimento — e que o sonho, antes de tudo, é a raiz de toda existência.
Então, vamos sonhar...