Poemas : 

LILA[2]

 
Lila, menininha carente da comunidade
mal tem como viver, na barbaridade
infame, desta que é a grande festa!

O que seria isso em sua testa?
A marca que dá-se a besta? -
Ou o crivo da promiscuidade?

É sabido que deste povo não há ruído...
É povo de muitos "deixas";
Faz-se assim, em íntimas queixas
um coraçãozinho estraçalhado!

...

Mas não lhe falta em alimentos,
herdeira de dividendos amilases
duma calhordaria elitizada.

Tens, os restos desta boiada
enferma de placares, aos bilhões.
Descartando 'o tudo'; - ínfimos momentos.

E quando hexa for a seleção
nem penta será a educação,
nem tetra terá a triste segurança,
nem tri tirará tal justiça da infância,
nem bi baterá a instância
da agrária reformulação.

Terás por herança o estádio
do qual vistes luzir, lá do lixão
catando com mamãe por um fio
de sobrevivência, - vivência do cão.

Lila... és o retrato da nação!

Uma foto -; uma criança -; restos de comida na boca dum estádio em festa.-
In ultima res? - Infelizmente não.
 
Autor
Eremit
Autor
 
Texto
Data
Leituras
617
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.