Al Berto : Ofício de Amar
em 14/02/2009 18:00:00 (8122 leituras)
Al Berto

Já não necessito de ti
Tenho a companhia nocturna dos animais e a peste
Tenho o grão doente das cidades erguidas no princípio
De outras galáxias, e o remorso.....

.....um dia pressenti a música estelar das pedras
abandonei-me ao silencio.....
é lentíssimo este amor progredindo com o bater do coração
não, não preciso mais de mim
possuo a doença dos espaços incomensuráveis
e os secretos poços dos nómadas

ascendo ao conhecimento pleno do meu deserto
deixei de estar disponível, perdoa-me
se cultivo regularmente a saudade do meu próprio corpo.



Al Berto


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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/02/2009 01:00  Atualizado: 28/02/2009 01:00
 Re: Ofício de Amar
Por vezes o amor confunde-nos. Leva os amantes a viverem dependentes um do outro. É possível espaço no amor? É possível e desejável, porque senão, ele consome-se a si mesmo, assim como se consumirão os amantes.
Al Berto fala, de forma magistral, sobre a propriedade da solidão no amor.
É muito bom ver esta poesia aqui, uma excelente escolha.

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