Por um instante
Julguei-me
Alquimista
Das palavras
Que não sei...

Portanto
Se ousei
Sem ser artista
Lágrimas
Eu não chorarei

Não fui brilhante
Eu sei
O poema está à vista
Coisas estranhas
Desta que nunca serei...

Com esta é que a Conceição Bernardino nos "matou " a todos!
Também eu fiquei literalmente de queixo caído com esta enorme a agradável surpresa.

Muitos parabéns extensíveis ao livro que aí vem, que, espero, seja realmente um grande sucesso de vendas!

Não pertenço aqui

Não sou da terra
Nem do mar
Viajo p'lo infinito...

Sou o âmbar antigo
Incrustado
Na resina sem idade

O elixir da vida
Para sempre
Perdido

... e da alquimia
O segredo
Ainda por desvendar...

Sou o almocreve
Do tempo

Um mago errante
Que busca
P'la encantada

Mágica planície
Dos seus sonhos...

Todo o poeta
Se quiser
Será realmente capaz
De vir a conceber?

Ficar grávido
Do poema...

E na hora do parto
Pode até espernear
Gritar
E os lábios morder

Mas ao menos
Que valha a pena
Tal sofrer
Posto que se vai dar
À luz
Um novo renascer!

É preciso escutar
O silêncio
Saber ouvir
O que ele
Nos diz
No sussurro
De um leve
Sopro
D'alma...

Antes que o eco
Ensurdecedor
Do seu grito
Nos acabe
Por emudecer...

São solitárias
As penas
A que o poeta
Se condena
Quando
Na clausura
De si mesmo
É com firmeza
Que segura
Na sua pena
Feita fonte
Por onde
Ora vai bebendo
Na saudade
Ora é capaz de fazer
Jorrar
Sobre a alvura
Da folha
Lágrimas rubras
De infinitas tristezas
Que só ele sabe

Soubera eu
O segredo
Oculto na bainha
Do verso
Complexo
E seria
Exímia
A decifrar
O enigma
Que engrandece
O poema

Amigo Zé Silveira
Força nisso!!!


Tal como os que deste lado têm sido(ainda que quase sempre com os mesmos), desejo sinceramante que seja um sucesso e fico daqui a torcer por vocês!

A folha branca
Que se insinua
Luxuriosa
E sem pudor
Como quem se oferece
Nua

O poeta
Que a deseja
Com ardor
A consumir-se
De impotências
Refreando vontades

O jogo continua
Em perigos de combustão
De iminências

Ah!... Sedução
A quanto obrigas!

Num punhado
De palavras
Deitam-se letras
Ao poema
Descrevendo o indizível
Das coisas
Da alma
Em tormenta...

Houvesse
Quem as entendesse
E a poesia
Seria perfeita!