Re: Comentário a "utopias", para benjamin |
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Só tenho de agradecer, até porque as tuas observações deram-me que pensar.
O poema, em minha opinião é o momento em que se escreve, o segundo, o minuto, a hora, o dia, o local, entre outros, pois se o mesmo fosse escrito passados 2 segundos de certeza que teria outras palavra e claro outras interpretações. (nem imagino se fosse no dia seguinte, ou no ano seguinte…). Apenas tenho a fazer 3 observações, a saber: utopias e não utopia – não como sociedade imaginária (utopia), mais como algo irrealizável, sonhos (utopias) amo e odeio – na altura despertou-me a atenção o poeta Caio Valério Catulo (Gaius Valerius Catullus, 87 ou 84 a.C. – 57 ou 54 a.C.) que vale a pena ler, fez parte dos poetas novus romanos, direi modernos, na altura, e este texto: “Odeio e amo Porque o faço, talvez perguntes. Não sei. Mas sinto que é assim, e sofro com isso.”, fez-me pensar, alterando a sequência das palavras, pois acredito que o amar vem quase sempre antes (diz-me a memória) Aqui só tenho a agradecer à Rosa do Mundo – 2001 Poemas para o futuro (pág.455 “Gozar a vida”) que me deu a conhecer o poeta Catulo e depois a ler mais alguns textos. o mar – geralmente entra sempre nos meus textos. Repetindo-me, acho o teu trabalho de análise aos textos, os que já li, são de excelente qualidade, explicativos e que tenho a certeza bastante apreciados pelos seus escritores/poetas. Muito obrigado e continua. Abraço Ricardo Pocinho - Transversal
Criado em: 1/6/2022 20:29
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Re: A Música que nos inspira |
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Criado em: 29/12/2018 3:37
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Re: A Música que nos inspira |
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Criado em: 23/9/2018 4:55
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Re: A Música que nos inspira |
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Criado em: 15/9/2018 6:35
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Re: A Música que nos inspira |
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Criado em: 12/8/2018 6:19
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Re: A Música que nos inspira |
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Criado em: 29/7/2018 5:49
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Re: AOS AMIGOS |
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Sabes PoetaAmigoIrmãoCarioca, quando te li agora pensei no Carnaval e em como tu respiras o Samba, mas depois veio-me à cabeça um Poeta, que eu considero um dos maiores desta nossa Língua, que ora nos aproxima, ora nos afasta. Pieguice, que o seja, afinal somos Homens.
Apenas espero que o regresso seja em breve. "Canção da partida" de Camilo Pessanha "Ao meu coração um peso de ferro Eu hei-de prender na volta do mar. Ao meu coração um peso de ferro... Lançá-lo ao mar. Quem vai embarcar, que vai degredado, As penas do amor não queira levar... Marujos, erguei o cofre pesado, Lançai-o ao mar. E hei-de mercar um fecho de prata. O meu coração é o cofre selado. A sete chaves: tem dentro um carta... --- A última, de antes do teu noivado. A sete chaves --- a carta encantada! E um lenço bordado... Esse hei-de o levar, Que é para o molhar na água salgada No dia em que enfim deixar de chorar." Obrigado. Agradeço-te.
Criado em: 13/2/2014 2:12
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Re: De Mario Sá- Carneiro para o amigo Fernando Pessoa |
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Raramente venho ao Fórum, pelo menos comentar, por tantas razões minhas, mas não poderia deixar de vir aqui escrever qualquer coisa sobre o texto que escolheste Poetisa.
As cartas de Mário de Sá-Carneiro a Fernando Pessoa (e vice versa), revela como, dois amigos tão íntimos, sempre comentaram, em vida, os textos do outro, como uma cordialidade, intencionalidade , inteligência, que deveria de servir de exemplo a todos nós. A razão desta troca especifica de correspondência, tem a ver com o poema de Mário de Sá-Carneiro “Partida” (ou “Simplesmente” na versão original) A primeira versão do texto é enviada por carta a Fernando pessoa em 26 de Fevereiro, mas, vai tendo sucessivas alterações, em 10 de Março nada se altera, mas em 16 do mesmo mês, a 4 de Maio e a 13 do mesmo mês existem correções ao texto inicial. O texto final apresenta, em relação a esta última versão, algumas alterações, o que que nos levam a contar, ao todo, cinco versões existentes do mesmo poema. Houve, com certeza, muitas mais tentativas anteriores à primeira referida ou intercaladas com as cartas que iriam sendo escritas para Lisboa. E tudo tem uma razão, Pessoa comentou este texto de Mário de Sá-Carneiro como muito próximo dos poemas de Cesário Verde (como a “Débil” de 1875), o que levou Pessoa a propor a substituição da primeira parte. No entanto Sá-Carneiro, nesta carta que publicaste, defende as suas opiniões, mas resiste à mudança. Só a 16 de Março é que faz algumas alterações. A primeira quadra da segunda parte, “Sinto quase desejos de fugir Ao mistério que é meu e me seduz Contenho-me porém. A sua luz, Não há muitos que a saibam reflectir.” é alterada “Afronta-me um desejo de fugir Ao mistério que é meu e me seduz. Mas logo me triunfo: a sua luz”. Mas, em carta de 4 de Maio que Sá-Carneiro faz saber a Pessoa que a primeira parte de «Simplesmente» foi suprimida e substituída por uma quadra única: “Ao ver passar a vida mansamente Nas suas cores serenas eu hesito, E detenho-me às vezes na torrente Das coisas geniais em que medito.” Esta nova quadra resume as várias censuradas, dizendo o mesmo. Tudo, enfim, se resumia a estilos ou a correntes literárias,a escrita de Mário de Sá-Carneiro situava-se mais perto do passado, sobretudo do simbolismo, de um certo ambiente decadente de fim do século, e Pessoa atua sempre no sentido de o afastar da tradição para o novo, o futuro. Espero ter deixado aqui algum contributo, para reforçar, não só o estudo, ou exploração de poesia, como para algo que tantas vezes faz falta aqui no Luso, uma crítica construtiva dos textos que se postam diáriamente, reforçando o que escreveste Poetisa “Acho que os dois , geniais poetas, podem nos auxiliar no tema critica/interpretação (sins/nãos)... ainda hoje”. Peço que me desculpes por me ter alongado. Obrigado. Agradeço-te
Criado em: 23/8/2013 19:58
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Re: À vossa apreciação crítica |
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A escolha de um texto em detrimento de outro é algo tão dificil como escrever, ainda para mais na dúvida de incluir ou não num primeiro livro.
Um poeta meu amigo um dia disse-me “-Tenho 98 poemas e 120 dores de cabeça”, e já ia no 4º ou 5º livro de poesia. Vou tentar só dirigir-me ao texto: “Perguntam-me”, “fodi”, “Deus”, depois “ostras”, “silêncio”, “fígado” ou “palavras destiladas” por fim “envolver”, “tropeçar”. Qual a medida certa das palavras, qual a razão do seu aparecimento, Deus? Perguntaram-me? Fodi? Ou silêncio? ou... e poderia ir por aí fora mas a construção do mesmo pode ir um pouco mais ao intimo de quem o lê, assim e sem contestar se é um short texto, ou longo demais, e a estética do mesmo, eu li-o assim: Perguntam-me que trago nas mãos envoltas num bordado ponto de luz, ostras de plástico, responderei. Perguntam-me todos os dias em silêncio, se já fodi, quase sempre os silêncios tantos, responderei. Perguntam-me por palavras destiladas, que deus não o ouça, que tropeçe nos dias, que nem veja, responder-lhes-à meu fígado, direi. Foi assim que li o seu texto, as suas palavras estão todas lá, retirei a repetição de deus e juntei as palavras “responderei” “direi”,”silêncios” (plural) libertando as palavras mais fortes deus fodi ponto de luz, e vesti-o com outra forma. Pensei também na inclusão ou não de um ponto de interrogação no final de cada "Perguntam-me", achei desnecessário pois está subentendido. Desejo-lhe toda a sorte. Obrigado. Abraço-te
Criado em: 6/6/2012 3:27
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Re: o que há de errado com este poema? |
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Voltei aqui quase incógnito, para te deixar mais alguma coisa, mas, sobre a marginalidade da poesia, poetas malditos no Brasil.
Aqui há uns tempos debrucei-me sobre essa realidade, poesia marginal, poetas marginais, e fiquei atónito (se é esta a palavra que posso escolher) com a riqueza do Brasil. A poesia marginal no Brasil é algo de festa, sarau, o poeta é o taxista, o rapper, o pobre, o que não é doutorado, apontadores do jogo do bicho, inclusivamente o poeta. A poesia marginal no Brasil tem algo que, a nós europeus, pelo menos a mim, nos fascina por ser diferente, a musica, a arte, a dança, populares. Desde o bumba meu boi à capoeira, porque estamos a falar de urbanidade, sub-urbanidade, favela, comunidade, marginalidade,etc. E é nesta riqueza Poeta por onde, em minha opinião deves iniciar a pesquisa, (uma outra agonia) aumentando o conhecimento sobre os poetas malditos, marginais. É óbvio, como diz o poeta Carlos Teixeira Luís que para se entender os poetas malditos é melhor ler na língua mãe, no caso de Rimbaud em françês, por causa da musicalidade das palavras, mas Caio, pelo Brasil encontras-los, com temas muito mais ligados a esta realidade que há europeia, e tenho a certeza de que irás gostar. Uma linguagem tão diferente, uma realidade diferente, algo de tão puro, duro, sofrido, e que passa ao largo das editoras (a poesia é assim mesmo, não dá lucro, só se for algum nome muitissimo conhecido). Deixo-te aqui um vídeo de poesia maldita/marginal em todos os seus aspectos, uma celebração que, sem dúvida, eu adorei. http://www.youtube.com/watch?v=7FyCf1CrFcI Deixo-te também o link para um texto, “Literatura marginal”:os escritores da periferia entram em cena, de 2006, onde poderás ler mais sobre o assunto, e onde, a meu ver os pontos principais do poeta marginal no Brasil estão consignados, pelo menos históricamente: http://www.edicoestoro.net/attachment ... %20ENTRAM%20EM%20CENA.pdf São a meu ver momentos deliciosos, jamais agonias. “Queria ser homem de terno Deu teco a noite inteira e ainda estava a fim. No seu coração ribanceira, uma pedra a rolar tim-tim por tim-tim; Partiu pro trabalho e nem sequer dormiu, só se lembrava do brilho na favela do brilho reluzente daquele fuzil. Desde cedo, mão-de-obra desqualificada, tudo lhe desesperava. Aquele salário raso, que não dava pra nada, no seu ódio se fez engasgo. E se lembrava da educação garapa Que recebeu do Estado. Tudo lhe ardia: lâmina e faca. Sacou da mochila, do trabalho partiu. Foi pro coração da favela Pra São Jorge, sua mãe, acendeu uma vela. No asfalto era o mau. Atirou, roubou, matou, traficou. Aos 15, seu conceito subiu. Aos 17, fuzilado na favela, na mala do Robocop saiu. Distante agora do mundo incolor, achou o fundo do valão como cama, e a lama o seu cobertor.” (Edson Veóca, “Descaso, o cerol do gueto”, p. 14) Obrigado. Abraço-te
Criado em: 5/6/2012 3:41
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