Amigo Poeta, foi com alguma emoção que recebi este teu presente. A tua opinião sobre este último livro, que como sabes, é importante para mim, por tudo o que és, e escreves.

Obrigada

Abraços

DM

Como já disse, mais uma maravilha que irei gostar de ter.

Parabéns e sucesso Poeta

Que estranha
Forma, é esta
Que a poesia
Encerra em si
Como se de si
Ela dissesse
Mas não quisesse
Ser mais no lugar
Onde os poetas
Se estranham
Mas s’entranham
Nas palavras todas

Que estranha
Forma, é esta
Que a poesia
Encerra em si
Tal como
Se lavra a terra
E se semeiam dores
Como se a terra
Fosse o último lugar
Onde plantar
Vontades
E criar raízes
Fora de si
E para si


Foi um prazer, POETA/S

O filme "Quem Somos Nós" é muito bom sim. Vi-o há uns anos e para mim foi uma surpresa, daquelas que não deixa de ser surpresa até que consigamos entender. Vi-o e consigo retirar partes em que poderia dizer"estou aqui nesta parte", já as outras partes que me fazem ir em busca de conhecimentos, para entender...bem desisti.

Um dia tudo será claro, um dia...e por muito que andemos às voltas a criar novos conceitos para provar que Deus existe, ou não, nunca lá chegaremos.

Porque Jesus se reuniu daqueles e não de outros?

Já li e assistir a várias palestras sob diversos temas para conseguir saber afinal "quem eu sou" e ainda mais baralhada fiquei.

Cheguei então a uma conclusão, e pensei para mim: Sente! Tenta ouvir-te nesse sentir, porque só assim chegarás a algum lugar onde nem será preciso um vasto conhecimento, porque as respostas estarão aí nesse sentir profundo.

Abraços a todos

Srimilton

Interessante essa visão que se coloca entre o bem e o mal.

Para se estar bem, dizem, que se terá que se saber o que é estar mal. Para se saber o que é o bem, terá que forçosamente saber-se o que é o mal.

Mas mal dos que não sabem nem uma coisa nem outra, e então aí, encontramos as disputas entre iguais na forma, mas diferentes na postura. Porque o homem anda de pé, come sentado à mesa com garfo e faca, bebe de um copo e se desfaz em delicadezas, quando em qualquer momento mais trágico, ele se transforma e volta à posição não ereta?

Porque se fala no homem, e sempre no homem quando nos referimos ao Ser humano, a mulher passa para segundo plano na ordem. Então ainda muito há que descobrir. Ou somos todos feitos da mesma massa, ou então teremos que dar novos nomes às coisas. Ou será ainda, que a mulher faz pare de outro plano.

Lembro agora de algo que li nem sei onde. Para quê saber onde? Basta lembrar agora aqui:

“Se alguém de bloquear a porta, não gastes energia com o confronto, procura as janelas”

“ Lembra-te da sabedoria da água. A água nunca discute com os seus obstáculos, simplesmente os contorna”

“Portanto, quando alguém te ofender, ferir, ou frustrar, lembra-te (TU) és a água e a pessoa te feriu o obstáculo”

A escrever
Me deito
E me levanto
Todos os dias
À mesma hora
Como se o relógio
Da parede
Não soubesse
Fazer mais nada
A não ser
Reforçar em todos
Os pontos
Minúsculos
O último toque
O prenúncio
Do sempre
E para sempre

a noite
companheira
de todos
os poetas

o absurdo!

com receio
de se acabar
no dia
caiu
e nunca mais
se viu

ficaram todos
os poetas mortos
de fome
e já nem sentiam
frio

nunca mais
o absurdo
se descuidou
e até
se procurou
num poema
nu

o absurdo
de todos
os absurdos
estava ali
caído
preparado
para todas
as noites

é a poesia
a única vontade
de me deitar
de costas
e olhar
para cima
como se ali
estivesse
a última de todas
as coisas simples

o olhar fecha-se
no exato momento
em que o sol
se esconde
nos meus olhos

calou-se para sempre
o corpo deitado
agora de bruços

a chuva cai
por entre os dedos
escorrega o terço
conta a conta
tal um conta-gotas
como se fosse
o último dia
da vida
do rosário

o dia em que
a idade
se encolheu
na terra ainda
húmida e fresca
para mais uma tela
a pintar

O vento não dá tréguas
as águas do Tejo em rebuliço
debaixo do passadiço
os meus pés cansados
os meus olhos a tentar
esboçar alguns momentos
que são ainda desejos matinais
no laminar da corrente
agora mais calma
calada e desnorteada

As ruas

Se não vens
Procurar-me
Na minha rua
Irei ver-te
Passar na tua

Quero muito saber
Como são agora
Os teus passos
Quando andas
Sozinho por todas
As ruas que já
Nos conhecem

Quero muito
Saber de ti
Se a tua vida
Ainda está igual
Àquela que conheci
Quando os dois
Caminhávamos
E sentíamos
Que juntos
Saberíamos
Onde e como
Iriam terminar
Os nossos passos
Quando já não
Existissem
Mais ruas