Comentário a "Em tempos de guerra" de MarySSantos |
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Este comentário também pode ser lido na caixa de comentários do mesmo poema, no perfil da autora.
O poema, na sua íntegra, estará no fim do comentário. Em tempo de guerra acho muito pertinente falar de guerra. Sermos poetas de guerra, se possível combater a guerra com poemas. Não de um dos lados do conflito, mas o conflito. Acho a guerra a pior face do Homem. O acordo de Genebra já melhorou algumas atrocidades que se cometiam sem dó nem piedade como a escravização dos derrotados, ou a estimulação à violação de todas as mulheres dos povos conquistados, às conhecidas pilhagens, em que os povos conquistadores ficavam com todas as riquezas dos outros e podiam (era guerra) destruir o resto a seu belo prazer. Não quer isso dizer que eu acho que o acordo é respeitado ao máximo e sempre. Mas sempre que houverem Homens honrados entre os combatentes, é espectável que os rendidos\perdedores tenham os seus direitos respeitados. As guerras anteriores ao século XIX não tinham regras, nem direitos (practicamente). Merda para todos, dá vontade de dizer aos teatros de guerra. O teu poema tem um sentido metafórico brilhante. Composto por 3 estrofes muito livres, apenas podemos notar alguma estrutura nas duas últimas, por serem tercetos. O primeiro octeto não obedece a rima nem métrica. Curiosamente se decidisses dividir a primeira estrofe, terias um soneto atípico, pelo menos quanto ao número de versos de toda a composição. Introduzes a metáfora do jardim e levas logo o leitor para um tipo de campo, mas organizado pelo Homem. Toda a beleza de um jardim tem a mão do jardineiro. O campo, que pode ser de batalha. Pode ser a base de um jardim cheio de flores,... e ervas daninhas se deixado ao abandono. Gosto mais de bosques desorganizados e impenetráveis. Entre ser flores ou feras, o que decidir? Ser fleras? Cabe ao jardineiro (que bom que era que uma espécie de jardineiro-deus impedisse os Zelenksy-Putin daninhas) manter o jardim na paz. Sem invasões nem invadidos. A metáfora da enxada mais mecanizada e das mãos mais humanizadas, coloca todas as ferramentas que são precisas para matar e morrer. Entre ser chacinados e lutar, não há que ser frágeis. Os lobos detectam o medo, e atacam. Curto e muito grosso o teu poema. Não resisti ao comentário. Isso, para mim, diz muito. Obrigado pela leitura. Em tempos de guerra se não fosse o jardineiro com as mãos e a enxada ervas daninhas venceriam guerras no jardim em guerra ousa-se fera porque frágeis quando flores somos!
Criado em: 31/3/2022 9:23
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Re: "Em tempos de guerra" de MarySSantos |
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Membro desde:
6/6/2012 14:51 De Macapá/Amapá - Brasil
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É gratificante vê um poema constituído com poucas palavras sendo meticulosamente interpretado, e não há como negar, por um dedicado e experiente interprete/estudioso/leitor, como o Rogério Beça, sem que seja necessário destacar que também é um grande poeta, pois é fato! O poema foi analisado de forma perfeita: em tempos de guerra o objetivo é lutar pela sobrevivência. Se não há como fugir para outro território pacífico, deve-se ser forte, corajoso para lutar e enfrentar o agressor, de que forma ou com quais armas, vai de cada um. Não concordo quando o Rogério afirma que o poema foi grosso, acho que foi até delicado. Vejo o poema sendo frio quando posiciona a realidade, pois veste-se do fato, um fato que não encontra tempo para suavidade e/ou quimeras, fantasias. Com relação à estrutura do poema, não me detenho muito à normas e regras, o objetivo é deixar o texto sucinto em sua mensagem e os versos e estrofes são posicionados de forma aleatória, conquanto, amo a arte, qualquer que seja, pois nela encontro a liberdade, apesar de a censura ainda se encontrar viva em determinados lugares. Grata ao Rogério por mais uma vez ter estendido a dimensão de um poema! Maria
Criado em: 1/4/2022 17:54
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Re: "Em tempos de guerra" de MarySSantos |
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6/11/2007 15:11 Mensagens:
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Fico satisfeito que o meu percurso de leitura (como diz o benjamin) te tenha agradado.
Se calhar não fui muito claro acerca do "grosso". Achei o poema fino, requintado até, na forma como imageticamente todo o poema me suscitou enorme beleza visual, a contrastar com os horrores da guerra. Para mim, quando alguém se refere a "curto e grosso" é mais relativo à clareza e algum poder de síntese com que uma mensagem é transmitida. O grosso pode ser interpretado como grosseria. Mas não foi, de todo, o que depreendo to teu poema. Em momento algum ele foge do requinte, ou da finesse que senti. Obrigado pelo feedback Abraço irmã
Criado em: 2/4/2022 5:37
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Amor em tempo de guerra, De Luís Sepúlveda |
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Pelo título lembrei-me de um dos livros favoritos dos meus escritores preferidos, quase meu familiar político e genético tb e caso número um de infecção em Portugal por Covid 19, tendo morrido nas Astúrias há dois anos atrás, próximo da data em que hoje nos encontramos.
A 29 de fevereiro de 2020, foi diagnosticado com COVID-19, tornando-se o primeiro caso diagnosticado com a doença nas Astúrias. O caso foi notado de forma particular em Portugal, pois o escritor havia participado poucos dias antes no festival literário "Correntes d' Escritas", na Póvoa de Varzim, que teve lugar entre 18 e 23 de fevereiro. A 16 de abril de 2020 o escritor morreu vitima da doença
Criado em: 4/4/2022 14:35
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Re: Amor em tempo de guerra, De Luís Sepúlveda |
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Bela homenagem. A memória é curta, e é bom que haja quem, como tu, não esqueça e lembre-nos a todos a ter memória.
A guerra ao Covid19 ainda não acabou. Ainda há ventilados, ainda há doentes com doenças pulmonares crónicas obstrutivas em perigo. Ainda... O teu título fez-me lembrar um filme que adorei: "Amor em tempos de cólera" Mas o do teu amigo é melhor. Li há pouco tempo um do Afonso Cruz intitulado "Sinópse de amor e guerra" que me deixou um amargo de boca, que recomendo... Abraço irmão
Criado em: 6/4/2022 4:08
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Espaço Cítrico |
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obrigado pelo espaço e pela inspiração
Criado em: 6/4/2022 11:29
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Luís Sepúlveda |
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Criado em: 4/11/2022 17:59
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