Comentário a "...e um verso cachimbo de água" de HorrorisCausa

Membro desde:
6/11/2007 15:11
Mensagens: 1943
Este comentário também se encontrará disponível no perfil do utilizador na caixa de comentários do poema.
O poema, na sua íntegra, estará legível após o comentário.

Um gozo quase hipnótico.

Começas a primeira estrofe duma forma muito numérica.
De um até seis(teto) vais desenrolando os versos um tanto oniricamente.
Tenho a impressão de estar no país das maravilhas, de volta duma lagarta empoleirada num cogumelo, enlevando-se descomplexadamente.
De sonos e punhais, a metais aos gritos a chamar uma melodia cheia de mosquitos (serão mosquetes, ou mosqueteiros?) falta-me, contudo, nessa primeira e numa ordem tão desordeira o cinco...
Talvez a epifania.

A revelação não força o mote. Parece.
E dela surge o escrita de máxima força e de mais difícil linguagem: o poema.

Repete-se a agressão (morte?) do sono. A insónia tem o nome devido e quantos poemas já não escrevemos durante uma insónia? ou quantos poemas não terão sido punhais?

O cachimbo de água simboliza esse gozo duma forma mais visual. Ele complementa a lírica misturada de versos embriagantes.

O sonho fora do sono.
O êxtase.
A mania não se liberta da sua irmã depressão, mas expulsa-a, geralmente, da mirada.
Há um abraçar desse momento majestoso. Um não temer\pensar do momento seguinte.

Nas nuvens, vapores, seguimos, numa linguagem rica e adocicada, lá em cima, no cume, no auge.

Belo lugar...



...e um verso cachimbo d´água


uma punhalada no sono
duas chamas de três trompetes
quatro mosquitos no tecto
numa rápida vista d´olhos ao sexteto.

epifania!

faz.se um poema
no caos infinito da insónia mania
...e um verso cachimbo d´água.

musical joalharia que roda ventos
rodopio maçapão e silêncios
retorcem toques da massa cinzenta.

infusão
incenso
narguilhê
outra folha amanhecida.

amanhece analepse cadeia
epopeia de papoulas nocturnas
na crina de um cavalo alado com asas mortas
seu molde é ruba´i.

sorver vapor não bastaria
diluir insone noite escorregadia
na sua verdade à origem
uma longa escadaria.

...e um verso cachimbo d´água lá em cima.






Criado em: 22/7/2023 9:42
Transferir o post para outras aplicações Transferir


Re: Comentário a "...e um verso cachimbo de água" de HorrorisCausa / R.Beça
Administrador
Membro desde:
15/2/2007 12:46
De Porto
Mensagens: 3601
olá Rogério

opah! opah!

que mais posso dizer ? se só opah! me ocorre?

estás "passado do capacete?" só pode.

...e eu, estou, fiquei, fico a ler e reler teu comentário/neste espaço crítico e, só me resta dizer...obrigada pelo inaltecer do meu escrito. obrigada por seres tão grande nas palavras que acolhes e fazes delas não só a teu grandemente poetar como o dos teus pares. esse dar sem nada esperar é de SER GRANDE. ÉS GRANDE.

opah! um obrigada enorme

atenciosamente
HC



Criado em: 23/7/2023 14:17
_________________
" An ye harm none, do what ye will "
Transferir o post para outras aplicações Transferir







Links patrocinados