Comentário a "Se acaso perguntares por mim..." de Almamater

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6/11/2007 15:11
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E tu?

Por falar em non sense, por acaso adoro. Dá umas desconversas bem giras. E poemas.

Vivemos a ilusão do perene.
Desde a adolescência que predefinimos que a personalidade fica definida, e mantemos esses alicerces na idade adulta.
É uma teoria defendida por psicólogos de critérios firmados. Piaget desenvolveu a sua vida com vários trabalhos nesse sentido.
Eu sou um pouco mais poético...

Nunca somos os mesmos.

As experiências de vida têm o condinho de nos mudar e geralmente dum modo duro.
Endurecemos, calejamos, dessensibilizamo-nos.
Coisas do amaDUREcer.
Convenhamos que a "...indiferença cresceu face ao inútil..." é um ganho massivo.

Que é o que leio na segunda estrofe.

A final é mais enigmática, um pouco renitente, mas mais polvilhada de "...esperança...".
Embora "...subtil...", é de domínio público que por menor que seja, nunca é um pormenor, mas o que faz a diferença. Como ficou a saber Pandora, cujo mal que guardou na sua caixa, foi essa que não desiste. A última a morrer...
Além disso, todos procuramos dentro de nós esse "...Tempo..." maiúsculo, em que tudo era maior do que agora, apenas porque era mais novo.

Perguntei.

Este apelo do universal, em que cada leitor se sente o interlocutor, é marca de qualidade.

Contigo já estou habituado.


Se acaso perguntares por mim...


: não sou mais quem fui.

endureceu. cresceu. sorri menos. a indiferença cresceu face ao inútil. o olhar pousa mais nos olhos. as palavras são agora mais calmas, pausadas, sem silêncios. outros são apenas armas em defesa.

eis este eu que é ela.

mas se perguntares por mim, sabe que fiquei no local da despedida, de brilho triste no olhar, com o sorriso de uma esperança subtil, com o relógio marcado nesse tempo que ainda é O tempo.

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Criado em: 22/1 15:18
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