Comentário a "Assina-me" de Vania Lopez

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6/11/2007 15:11
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Os dois últimos versos são muito bem achados.

Há uma expressão marcada da atracção. Sobretudo no "...a qualquer hora do dia...".
Porque há o assumir da satisfação duma necessidade.
Mas também a luta pela manutenção da magia. Para não descambar em qualquer coisa mais fraternal.

De resto parece que é transição que se verifica em todo o poema.

Os primeiros quatro versos parecem contar-nos a história duma história que acabou, ou que deveria acabar, pondo fim talvez a alguma hiprocrisia, ou comodismo.
Mas também dum sujeito poético que deseja a um outro que procure "...alguém...", num momento meio de redenção.

Um acto de amor.

"...Assina-me..." é um verbo reflexo estranho. Assim como os "perca-me..." e o "...prometa-me...".
Mas assim hifenizado parece manter uma ligação.

O assinar é uma marca de identidade.
A nossa assinatura tem valor legal em quase todas as situações. Há quem se dedique até a falsificar para ter vantagens sociais e económicas.

Este título em forma de pedido também torna o sujeito poético uma assinatura, um nome, uma tinta e um papel.

Feito por outro.

Andas muito visceral.

Não me canso de elogiar estes poemas curtos que em muito pouco dizem muito muito.


Assina-me


perca-me se puderes
mas prometa-me
que vais achar alguém
para lhe matar suavemente
(e) a tudo que o amor atinge
derrotado pela nudez
a qualquer hora do dia


Criado em: 28/4/2023 16:43
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